27 de dezembro de 2010

STEPPIN' STONE - DEMO

No embalo do post do Diego, em que o mesmo apresentou a demo animal dos australianos do VIGILANTE lembrei de outra demo de 2010 que gostei demais! Steppin' Stone é uma banda do estado de Iowa nos EUA e contem membros do EXPIRE, que também lançou este ano o ótimo EP Grim Rhythm. Mas enfim, as influências aqui são de alto calibre, desde Mental, Warzone até lembranças de Underdog, ou seja, a proposta não difere tanto do próprio Vigilante que comentei no começo, o que pra mim e para quem gosta de hardcore com aquela pegada começo dos anos 90 é excelente! São quatro faixas que te viciam, riffs animais e um vocal muito competente tomam conta da demo! Mais uma ótima banda desse, se é que posso chamar assim, revival do hardcore, no caminho de bandas como Soul Search, Hardside, Backtrask,Take Offense, etc.

Acesse: Myspace

16 de dezembro de 2010

ENTREVISTA - BLAKE FARBER (OLDE YORK)

De malas prontas para o Brasil, o diretor nova-iorquino de videoclipes Black Farber que também é guitarrista de uma das melhores bandas da nova safra de NYC, o Olde York, concedeu uma entrevista para o Day By Day Hardcore! Gringo muito sangue bom falou um pouco sobre o seu trabalho, viagem para o Brasil e lógico, sobre o Olde York também, inclusive revela possibilidade de uma tour por aqui. Confiram os links abaixo, trampo do cara tanto por trás das cameras quanto da guitarra é animal!




Conte-nos um pouco sobre o seu trabalho como diretor, como isto começou e a relação dele com o hardcore e música em geral.

Bom, o fato de crescer na cidade de New York com os pais sendo fotógrafos tornou tudo muito visual para mim. Cada esquina de NYC tem uma história e pode virar uma foto, até mesmo um mendigo pedindo esmola na rua pode ser tornar uma boa foto e uma história. Mas ao invés de seguir o que meus pais faziam eu decidi ser diretor e tornar uma fotografia em uma história única, foi isso que me fez seguir esta carreira. Mas meu outro background e hobby é a música... Então o jeito foi conciliar fotografia e música fazendo vídeo-clipes. Sendo que estive na cena NYHC e punk durante tantos anos foi uma boa conexão a se fazer. Mas honestamente, eu não trabalho tanto com vídeos de bandas de hardcore... Me sinto mais criativo com bandas mais comuns de rock e pop.





Como surgiu a idéia de vir para o Brasil? Já possuía contato com alguém daqui? E por favor, explique como as bandas podem entrar em contato com você e quando estará por aqui.

Recentemente tenho trabalhado muito na Itália... Desde artistas de grandes gravadoras até pequenas e promissoras bandas. Estou tentando construir uma boa carreira para mim por lá. Mas ao mesmo tempo do que estou fazendo pela Itália, também pretendo construir um bom trabalho como diretor aí no Brasil e voar bastante entre NYC e o Brasil. Sempre que tiver algum trabalho eu vou descer para aí, curtir um pouco e filmar alguns vídeos divertidos! Com a ajuda do pessoal eu poderei estabelecer meu nome e atingir este objetivo. Eu quero trazer uma parte da vida insana na cidade de NY para os vídeos no seu país!

E bom, tem duas pessoas que conheci através do Olde York que se tornaram bons amigos, o André Horta (Fatal Blow / No Mercy Records) e o Tranka (HERO), eles adoraram a idéia de que eu trabalhasse por aí e basicamente estão me ajudando. “Eu saudade Brasil muito! huAUAhauh”

Para entrar em contato basta me mandar um e-mail para blake@farber.com e nós conversamos sobre os conceitos e orçamento, procuro trabalhar sempre de acordo com o orçamento da banda. Pretendo viajar entre o final de janeiro e começo de fevereiro, então vamos planejar alguma coisa!




Agora falando um pouco sobre o Olde York, depois do debut animal, o que nós podemos esperar de vocês?

Valeu! Fico feliz que tenha gostado do álbum! No mesmo momento em que estamos conversando o Olde York está no meio das gravações para o segundo álbum e está indo muito bem! Produção ficou com o Mike Dijan (Breakdown, Crown of Thornz, Skarhead), um cara sensacional, ótimo produtor! Então fiquem ligados em 2011! Também pretendemos tocar mais ao redor do globo, como na Europa e esperamos que na América do Sul também!





Fazer um hardcore old school altamente influenciado pelas bandas clássicas de NY, como é montar uma banda de hardcore em meio a uma cena com tanta história e importância?

Quando começamos o Olde York, eu e Ted (vocalista) já viamos em 2005 o que a cena NYHC se tornou atualmente, ou seja, cheia de diferentes crews baseadas na violência e aquela merda de beatdown metalcore. Todas estas bandas baseadas na violência estão destruindo a cena. Muitos lugares não permitem que bandas de hardcore toquem e muitos outros fecharam as portas, como o CBGB's, Continental, Pyramid Club. Não poderia me relacionar com este estilo, isso precisava de mudanças. Então nós tocamos o estilo de música que amamos e mantemos vivo! Tentando manter as raízes do NYHC vivas e fortes.

Além das bandas clássicas de NY, tem algum novo grupo que devemos conferir?

Nós tocamos com muitas bandas amigas que estão em alta... Como Caught In A Trap, Dealin' With It, The Mugs, Everyday Dollars, Reason Enough. Mas infelizmente essas bandas ficam limitadas a tocar apenas em NYC e não com muita freqüência ainda, mas chequem online!




Blake, valeu mesma pela entrevista e espero ver um show do Olde York em breve! Sinta-se a vontade para mandar um recado ao pessoal que conferiu a entrevista.

"Não, obrigado por você!" Eu amaria ver a gente embarcar em uma tour sulamericana! Tenho esperanças de que os caras da No Mercy Records possam nos ajudar nisso! Então agora é só incomodá-los bastante para que a tour saia logo! E espero ver vocês também como diretor e não apenas guitarrista de hardcore hahahaha ... Sintam-se a vontade para mandar e-mails para mim se tiverem alguma dúvida ou se alguma garota quiser mandar algum recado! :)

Até logo meus amigos!!!

Acesse: Site / Facebook / Vimeo / Olde York - Myspace

Blake Farber 2010 Reel from Blake Farber on Vimeo.

15 de dezembro de 2010

CONFINES - WICHDRAWN

Deve ter algo de diferente em algumas cidades norte-americanas e Boston é uma delas, incrível a quantidade de bandas animais que já surgiram e ainda surgem dessa cena! Confines é uma nova promessa do produtivo Boston hardcore, ainda mais por contar com figuras carimbadas de bandas como Failures, Brain Killer, Social Circkle, Blank Stare e Cut the Shit. Hardcore cru, sujo, rápido e extremamente agressivo é o que se encontra neste EP, um dos melhores que ouvi neste ano, o que não é pouca coisa, já que 2010 tem se apresentado um belo ano para o hardcore. Possuem influências como Black Flag, Circle Jerks e qualquer coisa que Keith Morris tenha feito, como o recente e ótimo OFF!, mas também com a identidade de Boston demonstrada em bandas como Slapshot e SSD. Depois de uma demo sensacional lançada em 2009, Wichdrawn, lançado pela Side Two Records, possui quatro faixas insanas! Vale a pena conferir o som dos caras, proposta bem diferente da atual safra de bandas norte-americanas e muito bem executada!

Acesse: Tumblr / Side Two Records

8 de dezembro de 2010

Entrevista - Paura

Para mim apresentar uma banda como o Paura é desnecessário, pois após quinze anos se tornou uma das principais instituições do hardcore nacional. Uma banda que já começou com renome devido a conter em sua formação membros de outras figuras da cena como o No Violence e Garage Fuzz, mas que com certeza honrou toda essa expectativa com uma discografia impecável e de uma evolução absurda no que se diz respeito a misturar hardcore com metal. Este ano o Paura nos presenteia com o lançamento de History Bleeds, o quarto full lenght da banda, e apresentando uma evolução natural ao petardo que foi o Reverse The Flow (2007), músicas ainda mais densas e produção nível internacional que deixa tudo com um peso absurdo. Conversei com o Fabio, vocalista da banda, que nos concedeu essa entrevista contando um pouco sobre o atual momento do Paura.



Fábio, antes de tudo muito obrigado por topar a entrevista logo de cara! Paura começou em 1995 já como uma banda de gente conhecida da cena, como integrantes do No-Violence e Garage Fuzz, você entrou após essa fase inicial da banda, como foram os primeiros contatos com o Paura?

Foi tudo bem tranquilo, mano. Quando os caras montaram a banda, eles sacavam o som que queriam fazer, pois já tocavam em outras bandas com forte representatividade. Eu também já havia tocado em outras bandas e acompanhava o Paura desde o começo, então tudo foi bem tranquilo.


Durante esses 15 anos o Paura sempre se destacou por um mix único de hardcore com metal,quais são as principais influências? Tanto para a parte instrumental quanto para as letras.

Tudo influencia, na real, mas as principais são as de sempre. Sempre as mesmas velhas: BadBrains, Slayer, Sick Of It All, Metallica, Snapcase, Abhinanda, Exodus, VOD, Turmoil e por ai vai... Mas tudo influencia, mano. Tem banda nova que faz coisas legais que você acaba absorvendo de alguma maneira também. A vida é uma grande influência. Tudo o que a gente vive é o que a gente tenta passar através da banda.




E pessoalmente, existe alguma banda nova que o tenha impressionado?

Eu gosto muito do Western Day. E nessa ultima tour na Europa, a gente tocou com o Miles Away da Austrália e o Unrestrained dos EUA, que são muito boas.


Após passagem pela Liberation e One Voice como foi o lançamento do History Bleeds pela Travolta Discos e o recente re-lançamento do clássico You Kill Us We Overcome pela Caustic Recordings?

Ambos foram tranquilos. A gente quando vai lançar um disco sempre procura trabalhar com amigos. Isso facilita bastante as coisas, então é sempre tranquilo.


Aproveitando o gancho, só tenho ouvido bons comentários sobre o History Bleeds, vocês também sentem esta boa aceitação por parte do público? Tanto do Brasil quanto os gringos,já que acabaram de voltar de uma tour européia.

Já sentimos sim. As musicas novas tem tido uma participação legal nos shows, tanto aqui como na gringa. E estamos curtindo muito esses sons. Sempre que se está gravando,mixando e finalizando um trampo, escuta-se aquilo incesantemente. E depois que fica pronto,a gente sempre acha uns lances que poderiam ficar melhor. A melhor maneira de 'aliviar' isso é tocando....hahaha



Após tantos anos no underground nacional, totalmente calejados, como é cruzar o Atlântico e vivenciar, já pela segunda vez, a cena européia? As diferenças são realmente brutais como imaginamos?

Tem as diferenças. Em estrutura e respeito às bandas é brutal. Rango e bebida sem miséria à disposição, lugar decente pra dormir, equipamentos de primeira nos shows...
Mas também tem as roubadas, às vezes por motivos semelhantes aos daqui, as vezes por
motivos incompreensiveis.E as coisas, aos poucos, também estão melhorando por aqui.


Dois recentes lançamentos e um novo vídeo-clipe no ar (No Hard Feelings!? Fuck You!), com tanta coisa nova rolando ainda sobra tempo para pensarem em planos para o futuro do Paura?

Sem duvida. As possibilidades sempre são inumeras. Visitar alguma cidade ou país onde não tocamos, lançar algo em dvd, em vinil, fazer mais musicas, mais amigos. Cada pessoa que gosta do que fazemos nos motiva a tentar coisas novas pra banda. Novos desafios.



Mais uma vez muito obrigado Fábio! Agora é espaço aberto para mandar uma mensagem aos leitores do Day By Day Hardcore! Vida longa ao Paura!

Valeu você pela oportunidade. Siga firme com o trampo do zine. É muito importante.
Valeu todo mundo que leu até aqui. Apoiem suas bandas locais, reciclem o lixo e votem em vocês mesmo. Nos vemos nos shows.



Acesse: Myspace / Travolta Discos / Caustic Recordings

30 de novembro de 2010

VIGILANTE - DEMO

Lembra dos australianos do ILL BRIGADE ? então, se você achou que eles estavam sozinhos na terra dos cangurus, você se enganou. Com uma forte influencia de  Warzone e Agnostic Front, com uma demo extremamente viciante, e com um logotipo claramente inspirado no Underdog, lhes apresento o VIGILANTE, mais uma excelente banda australiana. Essa demo, que imagino eu, tenha sido lançada esse ano, conta com 6 sons na linha "caramba isso foi realmente lançado pós anos 90?", ou seja, hardcore ortodoxo sem firulas, com partes rápidas e um pouco de 2 steps. Tudo bem,  confesso que me lembrou um pouco também os sons do álbum Breakout (a demo) do Justice, mas você tem que concordar comigo, os sons desse álbum não tem aquela "cara" Looking Out dos outros álbuns do Justice, enfim. Infelizmente não consegui maiores informações sobre a banda mas já deu para perceber que os caras do Vigilante vieram para mostrar que são ótimos alunos da escola "don't forget the struggle, don't forget the streets" e a evolução para os próximos trabalho é certa.

29 de novembro de 2010

ENTREVISTA - QUESTIONS

Depois de entrevistas com o Nortel Cartel e uma que já está para sair com o Paura aqui do Brasil não poderíamos deixar passar uma entrevista com o Questions, uma das principais e mais ativas bandas da cena paulista e nacional, com mais de 10 anos de dedicação ao underground, uma discografia animal e o respeito da esmagadora maioria daqueles que ainda acreditam no hardcore. Segue a breve conversa com o Hélio (baixo) e o Edu (vocal) sobre o atual momento da banda, segunda tour européia, planos futuros, entre outros assuntos.



Valeu mesmo Hélio e Edu por responder algumas perguntas pro Day By Day Hardcore eZine! Agora, dez anos de história dentro do hardcore, duas tours européias, lançamentos de grande qualidade, toda essa batalha no underground é tão cansativa quanto parece?

Edu: Valeu pelo “lançamentos de grande qualidade”... Quando você gosta de uma coisa e faz com amor, a coisa flui de tal maneira que você nem nota o tempo passar! Mas por um outro lado, você ve que aqui no Brasil é muito mais dificil manter uma banda que toca hardcore, tudo é muito mais difícil! Se fosse 10 anos na Europa ou nos E.U.A. a banda ja teria tocado pelo mundo muito mais vezes e talvez alcançado o seu objetivo maior: A UNIAO DE CABEÇAS PENSANTES NO HARDCORE, INDEPENDENTE DE SUA OPÇAO SEXUAL, RELIGIOSA, POLITICA ...POR UM UNICO IDEAL, O FORTALECIMENTO DA CENA NO BRASIL! Mas mesmo com essas dificuldades aqui no Brasil, nao desitimos ainda: lute no que você acredita!!!


Questions passou por alguns momentos muito importantes nestes últimos três anos, desde mudança de formação, até segunda tour européia, culminando com o lançamento de um petardo chamado RISE UP, como foi fazer parte desse capítulo da história da banda?

Edu: É verdade, nestes 3 ultimos anos ficamos mais ativos, pra mim é só comparado com a época do Resista que foi uma correria igual a essa. Devemos isso a entrada do Helinho que pôs um gás a mais na banda no quesito de motivar, armar shows pra nós... A outra formação foi bem legal, com o nosso amigo sxe Papa que toca no Bandanos, mas ele estava com 3 bandas e ficava meio difícil de segurar as três hehe, culminando na saida dele. Fomos pra Europa e Rússia desta vez, que resultou na maior conquista do Questions em tours até então, foi lindo e maravilhoso tocar lá, com bastante SxE dançando e curtindo o show com curiosidade e fanatismo!

Hélio: Eu tinha acabado de sair do Food4life, banda qual eu tocava, e logo na sequência os caras já me chamaram pra tocar, não tinha nem como falar não para meus amigos de mais de 20 anos né?hehe Eu tenho muito orgulho de poder ter participado deste cd, da tour e de todas conquistas nestes últimos 2 anos da banda, acho que a banda deu grandes passos e isso é só o começo de muita coisa boa que ainda está por vir.



Focando no Rise Up, álbum que não dá descanso aos ouvidos, pedrada atrás de pedrada, quais foram as principais inspirações para a composição das músicas?

Edu: A composição do Rise Up foi igual ao Resista e o Fight For What You Believe, com eu e o Pablo Menna fazendo as bases primeiro e levando pro Eduzinho colocar a bateria. Depois de encaixadas, entro com as letras... não deu tempo do Helinho ou Pablo Lucente opinar nelas pois a maioria das músicas ja estavam feitas antes deles entrarem, Vamos ver se no próximo eles se empolgam de trazer bases/idéias para preecher mais heheh. E a inspiração é a mesma de sempre: Bastante Strife, S.O.I.A., Rykers, Judge, Youth of Today, Agnostic Front, Minor Threat, RDP E Sepultura tocando covers de hardcore...é isso! Só coisas old school que amamos!

Logo depois do lançamento do Rise Up surgiu a segunda tour gringa na Europa, incluindo alguns países do leste europeu, conte um pouco sobre a cena local, as diferenças com o Brasil desde estrutura até o público e principalmente como foi a recepção dos gringos com o Questions.

Edu: Em qualquer lugar que você toca na Europa o equipamento é melhor que o daqui, mesmo no Leste Europeu, a receptividade destes paises não poderia ser melhor, eles te tratam muito bem, sendo que 90 por cento dos lugares que tocamos o organizador era sxe ou vegetariano, que para nós nunca foi problema, pois a comida na maioria das vezes era muito boa, e quando não era, iamos em alguma lanchonete heheh. Os sxe, vegan de lá gostam bastante da gente, Na Estônia, Letônia, Polônia, e muito mais na Russia!! Acho que é pelo fato de nunca termos criado algum tipo de animozidade por este motivo e sempre admirei estes movimentos pois até os meus 21 anos de idade fui drug free, nunca havia colocado nenhum tipo de álcool na boca e continua com cigarro até hoje, para esta indústria consegui dizer nao ate hoje hehehh.



Percebo sempre vocês muito ligados a cena paulista, convidando várias bandas de diversas vertentes do hardcore aos shows, tem algum banda que tenha surpreendido nos ultimos meses?

Edu: Chamamos sempre bandas que gostamos e que seja ativa na cena de alguma forma, não importamos com a opção dos integrantes neste aspecto de ser sxe, bêbados e etc. Só não tocamos com bandas homofóbica, sexista, nazista ou coisas deste tipo.
Agora bandas que achamos muito boas são: Still Strong, Sangue Ódio Hardcore, Final Round, C.v.o.d, Good Intentions, Allianza, Firedrivem, Chorume, Corleone, One true reason, Medellin e etc.


Aliás, o último desses shows foi o lançamento dos dois shapes do Questions em parceria com a SickMind, como este projeto começou a tomar forma? Pois não é nada habitual à bandas nacionais este tipo de merch.

Edu: Os integrantes do Questions sempre acompanharam o skate em suas vidas, eu na minha adolescência andava de skate praticamente todos os dias, já conhecia o Duz/batera e ele andava tambem. O Helinho conheci depois e tambem andava, mais tarde fui saber que o Pablo Menna também ja andou e por fim o Pablo Lucente que até quebrou o ombro ano passado por andar de skate na pista de São Bernardo. Como pinto telas e faço a maioria dos flyers do Questions o dono da Sick mind tinha visto algumas destas artes e conversou comigo dizendo que gostava da banda e se nos não estavamos interessado em lançar dois modelos com algum destes desenhos. Enfim, topamos na hora, pois era um sonho antigo, tanto e que pedimos um modelo old school, para relembrar a nossa época que tinha Steve Caballero, Hosoi, Thronn, Mauro Mureta, shape do Metallica, Misfits e etc. Mais um sonho realizado!!!!



De cerca de três anos pra cá a banda passou por um período muito movimentado, de mudança de formação, de selo, novo full-lenght, tour européia, como foi participar dessa fase do Questions? E o que podemos aguarda pro futuro?

Edu: Realmente foi um corre, e acho que respondi na terceira pergunta tudo que rolou heheh. Sendo que a outra coisa boa foi ter ido para Seveneightlife! O Franco nos tratou muito bem, e disse que mesmo a gente não sendo sxe, topou em lançar a gente dizendo que a gente e uma banda respeitada e adimirada por muitos sxe, vegan que ele conhece, junto com os anos de corre no underground e som que ele admira, nos deixando contentes com tudo isto. E podem aguardar mais ainda, pois o hardcore esta no sangue e queremos ir pra mais longe que a Russia! Levando a bandeira do hardcore feito em Sao Paulo!! SPHC


Obrigado mesmo pela entrevista, boa sorte para mais 10 anos de hardcore pro Questions! Agora o espaço está aberto para mandar uma mensagem para os leitores da eZine.

Edu: Muito obrigado a você Bruno/ezine pelo interesse e tudo de bom para todos os fãs de hardcore sxe e não sxe's . E que não desistam nunca!!! De lutar no que você acredita!!!
Abracos!



Acesse: Site Oficial / Myspace / Fotolog / Twitter

22 de novembro de 2010

Entrevista - Straight Opposition

Diretamente da Itália surgiu um dos melhores álbuns de 2010! Fury Stands Unbeaten é com certeza o auge dos representantes do Pescara Hardcore, o Straight Opposition, espere um hardcore entre a nova e a velha escola, com afinação mais baixa, porém sem perder a influência old school de bandas como Slapshot. São pouco mais de 16min de de um som intenso sem misericórdia ao ouvinte e aproveitando o lançamento do álbum tive a oportunidade de enviar algumas perguntas ao selo dos caras, a Indelirium Records, que prontamente as repassou ao guitarrista Luca.




Muito obrigado pela entrevista!Só para começar, como surgiu o Straight Opposition em 2004 e como era a cena italiana na época?

Obrigado vocês por terem escolhido o Straight Opposition para a entrevista! A banda nasceu da necessidade de tocar hardcore, não as músicas sem propósito e descoladas que estão na moda, mas sim algo baseado em um sentimento verdadeiro de raiva, energia e argumentos sólidos. Já a cena na época em que a banda nasceu vivia um período de expansão, muitos caras começaram a "ser" hardcore, frequentar os shows e "apoiar" as bandas. Mas para mim esse "boom" se tornou algo negativo, pois muitos falsos entraram no movimento o forçando a cair em atitude e estratégias do mainstream, as bandas agora só pensam em se vestir do jeito "correto", a se portar no palco do jeito "correto", a tocar o que o mainstream pede e ficar no politicamente correto apenas para não parecer ofensivo... hardcore não é algo legal e amigável... é hardcore!



No Fury Stands Unbeaten a música fica entre a nova e a velha escola do que há de melhor no hardcore, quais foram as principais influências para compor o álbum?

Nós somos muito influenciados pela primeira onda do hardcore, bandas como SSD, Slapshot, DYS, primeira fase do Madball, mas também pelo período que começou nos anos 90, com o Integrity, Knuckledust, Biohazard, Turmoil, Downset, Snapcase, Helmet, 59 Times The Pain , Refused. Quando começamos a criar as novas músicas não buscamos algo específico, apenas concordamos em fazer algo rápido, arrogante e violento.

Quando eu vejo bandas brasileiras como o Paura fazendo uma tour pela Europa, com uma quantidade muito grande de shows em poucas semanas, vocês também costumam excursionar pela Europa com freqüência? E como é a recepção do público em outros países e diferentes cenas?

O Paura já se tornou uma banda de irmãos, com certeza a melhor banda de metal/hardcore com que já tocamos, muito a frente da maioria das superestimadas bandas norte-americanas e européias. E trabalharam duro no planejamento da tour para conseguir tocar tantas vezes assim. Nós excursionamos pela Europa por quatro vezes, uma delas ao lado do Paura. A recepção do público depende bastante da região em que você toca. Nós gostamos bastante de tocar no sudeste europeu, lugares como a Grécia, Turquia, Bulgária, Romênia são locais do leste em que mais gostamos de tocar pelo público em sua maioria ser mais receptivo, eles vão aos shows para realmente ver a banda, não apenas ficar para fora do local mostrando suas novas tatuagens de "keep the scene alive"...



Voltando ao Fury Stands Unbeaten, que os brasileiros podem encontrar no site da Caustic Record e realmente vale a pena escutar pela agressividade apresentada! Vocês tiveram aquele sentimento de missão cumprida após ouvir pela primeira vez os 16min de pura destruição?

Muito obrigado pelas boas palavras, nós realmente ficamos gratos por você ter gostado do álbum. Para ser 100% honesto com você, eu acho que o Fury Stands Unbeaten é um dos melhores álbuns de hardcore verdadeiro dos últimos anos, sem triggers e outros artifícios de estúdio, esse não é hardcore feito para metaleiros que estão acostumados a ouvir Meshuggah... este é um álbum para aqueles que buscam uma demonstração leal do que uma banda pode fazer, até mesmo os erros. Eu costumo ouvir sempre, pois gostei muito do que atingimos como banda nesses 16min, nossa música é verdadeira até o osso e o melhor retrato do que somos como músicos e pessoas.

Eu vi no myspace de vocês que já tocaram com o Slapshot, uma influência declarada de vocês e tantas outras bandas e pessoas envolvidas com o hardcore, qual foi o sentimento daquele show?

Para mim foi igual ao Natal quando se tem 10 anos de idade! Sua atitude intransigente e sua música é a definição do hardcore!




O Straight Opposition já fez uma tour ao lado do Paura, você conhece mais da cena brasileira? Algum plano para uma tour pela américa do sul?

Sim, nós fizemos essa tour e foi sensacional! Falando sobre bandas brasileiras eu conheço e gosto bastante de algumas sim, começando pelo Ratos de Porão, Confronto, SanguexOdioxHardcore, Garotos Podres, Cólera, Nueva Etica que é da Argentina e mais algumas... Já sobre a possibilidade de uma tour por aí, é mais que um simples desejo nosso, tem uma possibilidade para fazer isso, vamos ver...

Obrigado mais uma vez pela entrevista, espaço livre para mandar um salve para quem leu a entrevista.

Um grande abraço para quem encara o hardcore assim como nós!
Straight Opposition



Acesse: Myspace / Indelirium Records / Caustic Recordings

17 de novembro de 2010

Finalmente começamos a andar para frente.

La Revancha no Sattva Bordô - 12/10/2010 - foto por Wander Willian: www.xwanderwillianx.cjb.net/

Motivado pelos ultimos shows que fui e pela conscientização que o pessoal de são paulo passou a demonstrar nos últimos tempos, achei que seria uma boa escrever esse texto, afinal, não vivemos só de criticas. A algum tempo atrás estávamos vivenciando uma cena em são paulo movida por rinchas sendo que a grande maioria foi criada em redes sociais, motivadas por diferenças ideológicas que sinceramente, não justificam qualquer tipo de atrito, coisas como "Pra ser straight edge tem que ser punk", "Seu tênis é de playboy", "Straight Edge que come carne não tem vergonha na cara", "Sua religião é não sei o que..." entre outras, se tornaram algo comum que muitas vezes tomavam proporções que saiam do controle. Nesse cenário, muitos como eu se perguntavam Quando essa patifaria vai acabar? quando vamos voltar a nos emocionar em um show? quando as diferenças irão acabar? Hoje, com o fim de 2010 chegando, já consigo responder algumas dessas perguntas, como por exemplo, nossas diferenças vão continuar para sempre, mas isso já não é mais problema, as pessoas estão tomando consciência de que nossas diferenças não são importantes e que com sinceridade e força de vontade, pessoas com pensamentos diferentes podem fazer coisas incríveis juntas. Sobre a patifaria, venho notando que as velhas discussões do orkut estão caindo no esquecimento, eu mesmo de um tempo para cá passei a ignorar muita coisa, por simplesmente acreditar que não vale a pena dar corda para quem não nos acrescenta nada. Graças aos fatores anteriores passamos a presenciar shows mais sinceros e com muito mais emoção, é claro que esta onda de bandas boas surgindo esta colaborando muito para que isso aconteça, mas uma banda só ser competente no que faz não é o suficiente, ninguém gosta de sair de casa, gastar dinheiro para ver uma banda artificial subir no palco e fazer uma apresentação totalmente vazia, o resultado óbvio para isso é o desprezo do publico, sinceridade naquilo que se faz é o mínimo que se espera, já que o hardcore não é como mainstream, o hardcore é movido por pessoas que amam o que fazendo e acreditam que a revolução não fica somente na musica.

Days of Sunday em Itapevi - 04/07/2010

Outra coisa que vem acontecendo que esta me agradando muito é o numero de zines e webZines que apareceram esse ano, inclusive esse foi um dos motivos pelo qual tive a idéia de começar com o Day By Day Hardcore junto com o Feijão e o Pinguim. O underground sobrevive graças a auto-gestão e os zines são os grandes veículos de troca de informação dessa história. É disso que precisamos, pessoas que compartilham informação, que compareçam nos shows, que organizem festivais, que apóiem nossa cena e graças a conscientização de todos, o numero dessas pessoas esta aumentando a cada dia mais, sendo assim cabe a nós respeitarmos nossas diferenças e continuarmos a trabalhar por isso para que essa chama nunca se apague. Por mais que tenha demorado para conseguirmos chegar aonde estamos, não devemos desistir, NUNCA!

15 de novembro de 2010

PEGASUS - SELF TITLED

O Diego (aka Buneco) me passou essa banda dizendo que era num pega semelhante ao Leeway, lógico que fui seco para ouvir e não me decepcionei! Diretamente da Pennsylvania e com membros de figuras carimbadas desta nova safra do hardcore como Cold World, War Hungry, RZL DZL e The Rival Mob o Pegasus é uma viagem de volta a 1994 no Adult Crash! Desde vocal cheio de reverb até o instrumental são altamente influenciados pelo Leeway dos dois últimos álbuns, tanto o de 94 quanto o Open Mouth Kiss do ano posterior. Realmente não é uma banda comum à atualidade, o que torna as três faixas do EP lançado em 2009 pela Six Feet Under Records sensacionais para quem gosta dessa vertente do hardcore. Riffs que hora beiram a velocidade do thrash metal até um groove ao melhor estilo Iron Age. Só espero que continuem com esse projeto paralelo, pois só esse EP é muito pouco pela qualidade que já apresentaram.
Acesse: Myspace / Six Feet Under Records

8 de novembro de 2010

Entrevista - Bad Seed

Quem conferiu a resenha que fiz do Bad Seed há alguns dias atrás pôde perceber que considero a banda uma das mais insanas da nova safra, com um som animal altamente influenciado pelas melhores bandas que New York já nos proporcionou, o que ficou claro nos poucos registros que encontramos do grupo da Pennsylvania, outra cena estadunidense muito produtiva. Felizmente tive a oportunidade de enviar algumas perguntas ao guitarrista da banda, ,Saba, que prontamente já topou a entrevista. Segue a breve conversa.



Antes de tudo muito obrigado pela entrevista, conte um pouco sobre o começo da banda.

Um salve pro Brasil! O Bad Seed teve início quando meu amigo Shane Moran, do Title Fight, e eu decidimos criar uma banda com um som mais orientado ao hardcore e metal. Levamos cerca de dois meses para estabilizar uma formação, mas sentimos que o material das composições era forte o suficiente para compensar o esforço!

Quais são as principais influências do Bad Seed? Tanto conferindo o myspace quanto pelo som de vocês fica a sensação de que curtem muito hardcore nova-iorquino.

NYHC possui uma grande influência nas músicas que escrevo, mas pessoalmente considero Black Sabbath e Metallica mais importantes à minha formação, acredite ou não! Também o álbum Demigod da banda polonesa de death metal Behemoth me influenciou bastante no uso de escalas puxando para um som mais egípcio na guitarra.

Como o nome Bad Seed foi escolhido? Foi realmente uma homenagem ao Life Of Agony?

Isso mesmo, o nome foi escolhido da música Bad Seed do Life Of Agony, definitivamente uma música destruidora!



Sempre procuro perguntar isso às bandas, como você encara a questão dos downloads não-autorizados? Algo que atinge de forma negativa o underground, ou uma nova forma de espalhar a mensagem?

Convenhamos, fazer downloads de músicas se tornou parte de nosso mundo, não tem como escapar disso! Ou as bandas se adaptam a isso ou acabam se ferrando ao tentar lutar contra. No hardcore mesmo isso ajudou as bandas a alcançarem maiores audiências e como acredito que o ponto principal é o show, quem se importa se você baixou a música de graça se você está representando na platéia? Nós colocamos a demo do Bad Seed na Internet de propósito, pois sei que as pessoas são muito mais receptivas para ouvir algo novo quando é de graça.

Como se encontra a banda? Vocês estão parados, gravando, compondo?

Estamos em um hiato indefinido, sem previsão para voltar. Mas atualmente exploramos outros projetos musicais, o Title Fight está com uma tour para fora dos EUA, nosso baterista formou uma banda de hardcore chama Stick Together. Já eu estou começando uma nova banda de hardcore e um projeto mais voltado ao black metal, chamado Wind. Fiquem ligados para mais informações!



Depois de alguns registros, como a demo, um split com o War Hungry e por último o EP destruidor, como foi a recepção do público para o Bad Seed?

Sempre foi muito boa! Os shows sempre foram insanos e tivemos a oportunidade de tocar em muitos shows incríveis durante o pouco tempo de banda. Agradeço ao Bob Wilson, Ryan Braces, Lee do Trash Talk, The Dog Pound e The Guerilla Crew pelo apoio! E principalmente nossa cidade Wilkes-Barre (PA) por ter uma cena musical incrível.

Em nosso primeiro contato você citou Sepultura e Sarcófago, duas grandes bandas brasileiras. Mas do hardcore, conhece algo daqui?

Não, mas pretendo procurar! Essas duas bandas brasileiras mostraram que vocês podem fazer um som brutal e pesado, por isso é necessário mostrar ao resto do mundo o que vocês possuem de bom na cena. Venham tocar nos EUA!

Mais uma vez muito obrigado por responder algumas perguntas pro Day By Day eZine, sinta-se a vontade para mandar uma mensagem.

Obrigado você pela entrevista! Muito respeito pelo Brasil!





Acesse: Myspace / 6131 Records

6 de novembro de 2010

POWER TRIP - ARMAGEDDON BLUES

Seguindo a boa leva de bandas texanas, como Bitter End e Iron Age, o Power Trip nos apresenta um crossover animal, daqueles que só o final da década de 80 e começo dos anos 90 proporcionou. Aliás, aos desatentos o Armageddon Blues, lançado em 2009 pela Double Or Nothing Records pode ser confundido com um registro dessa época, pois a produção toda analógica busca a sonoridade de uma mistura entre Nuclear Assault e Cro-Mags. Guitarras cortantes, baixo estralando e vocal extremamente influênciado pelo lendário John Joseph em seis faixas que não deixam o ouvindo tomar fôlego, é muita correria! Destaque para Lake Of Fire que começa com uma bela linha de baixo e Vultures que fecha o EP com muita categoria, riffs animais variando entre velocidade e groove. Enfim, fique atento ao Power Trip, pois se neste EP já destruíram tudo, imagine nos próximos lançamentos.
Acesse: Myspace / Double Or Nothing Records

3 de novembro de 2010

DAYS OF SUNDAY - Demo 2010

Vamos começar a colocar um pouco de melodia nesse eZine, começando pela maior revelação nacional desse ano na minha opinião, e não estou dizendo isso por eles serem grandes amigos meus, mas sim por que, além de ouvir essa demo emocionante, tive a oportunidade de assistir o primeiro show deles e foi algo que a tempos eu não via em uma banda do gênero. Eu estou falando do Days of Sunday, diretamente do lado oeste de São Paulo, esse caras vem fazendo um hardcore fiel ao estilo Dag Nasty de ser, mesclando melodia com agressividade e muita energia, cantando em português e com letras que fazem o coração bater mais forte, transbordando sinceridade e emoção no que acreditam. Tudo isso feito da maneira mais positiva possível. Destaque para musica Recomeço que mostra que esses caras fazem o que fazem por amor ao Hardcore. Você fã de Dag Nasty e Rethink não se sinta mais órfão. 

29 de outubro de 2010

HARDSIDE - WELCOME TO HELL

Welcome to the Hardside, MOTHERFUCKER!!!! com essa simpática saudação se inicia o ep de estreia dos texanos do Hardside, mais uma banda dessa safra liderada pelo BackTrack com bandas altamente influenciadas pelo que existe (ou já existiu) de melhor em nova york. O ep intitulado de Welcome to Hell conta com 3 sons pesados e empolgantes, onde partes pula pula e palhetadas são presença garantidas, um forte incentivo as danças violentas. Eu sinceramente não gostei do som novo que eles liberaram no myspace, mas de qualquer forma eu recomendo o download do Welcome to Hell, mais uma prova que o hardcore não esta totalmente perdido.

27 de outubro de 2010

Entrevista: Death Before Dishonor

Na passagem do Death Before Dishonor (Boston) pelo Brasil ao lado do Cro-Mags, tive a oportunidade de conversar pessoalmente com o vocalista Bryan pouco antes da apresentação dos caras em São Paulo (12/06/2010). Entrevista rápida mas bem interessante!




Fale um pouco de como e quando a banda iniciou suas atividades.

Nós começamos tocar em 2001. Eu tinha outra banda e o outros caras também. Aí nós terminamos e então eu quis começar uma nova banda, mais hardcore. Então demos inicio ao Death Before Dishonor. Gravamos a demo e começamos a tocar em shows e estamos aí até hoje.

Poderia citar algumas influências do Death Before Dishonor?

Agnostic Front, Madball, Sick of It All, Blood For Blood, Cro-Mags dentre outras.



O que você acha da atual cena de Boston? Que bandas poderia destacar e qual a diferença entre agora e quando vocês iniciaram na cena?

Boston tem uma boa cena hardcore. eu comecei a ir em shows em 1995 e naquele época quem tocava era o Slapshot, Blood For Blood, bandas desse tipo. Na verdade eram muitas bandas. Boston sempre teve uma boa cena hardcore mas como em qualquer lugar, algumas vezes tem suas fraquezas, outras vezes acontece de num evento ter muitas bandas, muitos shows e o show acaba "ficando" pequeno, as pessoas tem que fazer escolhas do que ver. Mas agora está muito bom, tem varias bandas novas, como por exemplo The Carrier e Defeater.


Boston tem um importante papel para o hardcore mundial e é conhecida também como uma cena "violenta" como podemos ver no DVD Boston Beatdown. Essa época mais agressiva é coisa do passado ou ainda tem muito disso?

Primeiramente, gostaria de destacar que a cena de New York com certeza é a mais famosa. Boston é um pouco violento, mas o DVD é meio estranho, eu acredito que brigas em shows são estúpidas, estragam tudo! Mas, Boston não é tão violenta assim, as pessoas acreditam que a violência é grande, mas não é. Anos atrás haviam muitas brigas em shows, mas hoje em dia está mais sossegado.



Vocês tem um bom contato com a cena hardcore de NY. Também são agenciados pela Freddy do Madball, correto? Comente um pouco desse relação.

Exato. Bem, o Agnostic Front foi a primeira banda em que saímos em tour juntos, o Roger e Stigma são otimas pessoas. Na verdade, é muito bom pra mim ser amigo deles, pois é uma das minhas bandas favoritas. Como decorrência disso temos uma boa relaçao também com o Freddy (Madball) e outras bandas de NY.


Muitas bandas de amigos/conhecidos do DBD já passaram pelo Brasil. O que o pessoal fala da nossa cena?


Agnostic Front, Terror, Madball, todos eles disseram que era foda. Eu estou muito feliz por estar aqui, sendo nossa primeira vez. Eu esperei muito para vir pra ca, então estou muito feliz mesmo. Ouvi muitos comentários bons sobre o Brasil.



Sabemos que vocês já dividiram palco com praticamente todas as bandas renomadas e ainda em atividade do hardcore norte americano, porém quais são as expectativas para esse show ao lado da lenda Cro-Mags aqui no Brasil?

Eu amo o Cro-Mags e o que espero é ter bons momentos aqui, um ótimo show de hardcore, isso é tudo o que eu quero.


O Fernando Schaefer, baterista brasileiro, fez alguns ensaios com o Death Before Dishonor. Por que não rolou do mesmo entrar na banda?

Ele está morando em NY agora, ele foi a Boston e fez o teste. Ele é realmente muito bom, porém nosso baterista estava decidindo entre estudos e banda e optou por seguir em frente com o DBD. O Fernando é uma pessoal muito legal, ótimo baterista, nós queríamos que ele estivesse conosco, mas Josh já tocava com a gente antes e é nosso amigo, então optamos por permanecer pelo fato do Josh estar acostumado com a banda.


Como foram os shows da Argentina e Chile?

Nós tocamos na Colômbia, Rosário, Buenos Aires foi demais e noite passada estivemos no Chile, o qual foi muito bom também. Todos os shows foram ótimos, era isso o que eu queria, vir para a America do Sul e fazer ótimos shows. Quando eu era criança nunca imaginaria que iria tocar na América do Sul. Nós já estivemos em muitos lugares como Austrália, Canadá, América Central, México, então... eu sempre quis vir para a América do Sul, esta sendo muito importante pra mim e até uma honra estar aqui.



O novo CD do DBD soa mais "pesado", puxando um pouco pro metal, em relação aos trabalhos anteriores. Nota-se que muitas bandas tem ido pra esse lado como por exemplo Sworn Enemy, Hatebreed, Terror, Maroon dentre outras. Comente um pouco sobre essa mudança.

A nova gravação tem um pouco de metal, punk brock, mas não importa, ainda continuamos a ser uma banda de hardcore. Nós gostamos muitos de várias coisas diferentes e tentamos colocar todas essas coisas "em uma só", entende? Vamos ver o que acontece agora, mas como eu disse, somos uma banda de hardcore. Pode ser chamado de "evolução", misturamos todas as nossas influências.

O que podemos esperar do DBD em um futuro próximo?

Turnês, turnês, turnês... mas depois daqui nós vamos ficar "em casa" por uns dois dias e depois pra NY por um mês. Queremos gravar um DVD um dia, quero gravar mais videos enquanto estamos em turnês, mas eu sempre esqueço. Nos provavelmente lançaremos um novo CD no ano que vem, mas o resto desse ano estaremos em turnê. Iremos para a Europa e supostamente a Austrália também, fora a turnê pelos Estados Unidos. Não sei, quem sabe o ano que vem teremos mais novidades, vamos ver.


Obrigado pela atenção e pra fechar deixem uma mensagem pro público brasileiro.

Muito obrigado pela oportunidade de estarmos aqui, que a cena hardcore aqui continue forte. Apoiem o verdadeiro hardcore e todas bandas de hardcore, sejam elas pequenas ou grandes. Espero que possamos voltar em breve.



Acesse: Myspace / Bridge Nine

25 de outubro de 2010

SOMETHING INSIDE - Heart & Soul

Seguindo o exemplo da resenha do Get The Most venho resenhar mais um representando do estilo Youth Crew (ou 88' Hardcore se preferir), diretamente da alemanha lançando esse ano o álbum Heart and Soul (seu 5 álbum) temos o Something Inside, o principal representante do hardcore alemão da atualidade. Eu particularmente me tornei fã dessa banda graças ao seu álbum anterior, o Lionheart um dos melhores álbuns pós-2000 do estilo, porem, o Heart and Soul não deixa nada a desejar, energia e agressividade na medida certa do começo ao fim, com letras que tratam de assuntos como vegetarianismo, straight edge, força de vontade, amizade e mais uma porrada de temas bem pessoais, além disso, este álbum conta com a participação do Aram Arslanian (Betrayed) na faixa Heart & Soul e do Martijn (No Turning Back) na faixa Suffer and Care. São 12 faixas para nenhum fã de Ten Yard Fight botar defeito. Fuçando no blog do Myspace dos caras eu achei o link para baixar os álbuns anteriores, posso dizer sem medo, vale cada minuto perdido baixando, é uma discografia impecável.

23 de outubro de 2010

Entrevista - Feijão Hardcore Pride

Pode parecer estranho eu estar postando essa entrevista aqui, pelo fato do Feijão fazer parte do Day by Day, porem, essa é mais uma entrevista que eu tinha guardada e não faz sentido eu deixar ela cair no esquecimento. Pra quem não conhece a figura, o Feijão é o cara que começou com o zine Kaos e hoje responde pela Hardcore Pride produções, responsável por boa parte do que acontece na cena hardcore de piracicaba. Eu já tive a oportunidade de tocar em um festival organizado por ele e posso dizer que a tempos não via uma banda ser tratada com tanto respeito e honestidade. Acho importante darmos ênfase não somente nas bandas mas também nas pessoas que colaboram para que a cena não pare nunca de andar, e o Feijão é um cara que entra nesse grupo.

Nueva Etica (Argentina) - 31/05/2008

Salve Feijão, obrigado por conceder essa entrevista. Para começar fale um pouco sobre como surgiu o seu envolvimento com o hardcore e como isso influenciou na sua vida.

Salve Buneco, primeiramente valeu pelo espaço mano! Vou ser meio breve nesse resposta, porque se eu começar detalhar vai ficar muito grande. Meu envolvimento com o hardcore se deu com o skate/punk por volta de 2003/2004.  Eu andava de skate e então comecei ouvir punk 77 e crossover oitentista, logo após foi natural o envolvimento com o hardcore. Posso dizer que já no punk comecei expandir e dissenir muitas idéias que eu já tinha perante à conceitos e ideologias no qual só contribuiu para a minha formação social, e com certeza no meu caráter. Então no hardcore aperfeiçoei essas idéias e comecei enxergar mais a realidade, abandonei algumas que notei serem utópicas e comecei a ter mais atitude em minha postura no cotidiano.

Como surgiu a idéia de criar a Hardcore Pride?

Desde que inicei na cena punk/hardcore eu sempre levei muito a sério a idéia do DIY. Então já comecei ajudando vários amigos meus, que já estavam na estrada a um tempo, a produzir eventos. Em determinado ponto eu fazia já alguns shows sozinho com algumas bandas locais e também com bandas de fora para comemorar algumas datas, como por exemplo a de aniversário do zine que eu produzia. Por volta de 2006, onde meu gosto musical já era nitidamente muito maior no hardcore do que no punk comecei organizar shows que levaram o titulo de HARDCORE PRIDE FEST, aí adotei o nome pro site e não parei de fazer shows. Formamos uma equipe, os shows começaram ser mais frequentes e mais profissionais também. 

Cite algumas barreiras que ainda estão no caminho de quem organiza shows de hardcore aqui no Brasil.

Cara, trabalhar com uma cena tão underground, como é o hardcore, em um país de terceiro mundo é algo realmente muito complicado. Tudo aqui é mais caro, é tudo inácessivel. Com certeza, quem esta lendo e ja produziu um evento, sabe do que estou falando e posso dizer que pra alguem ficar nesssa por algum tempo, realmente tem que amar o que faz. As principais barreiras aqui são as questões financeiras, desde equipamentos à estrutura em geral. Conseguir apoio ou patrocinios para eventos desse tipo, é uma missão bem dificil.

Em São Paulo sempre falaram muito bem dos shows de piracicaba, mas eu gostaria de saber de você que vive isso todo dia, como é a cena de Piracicaba?

Em Piraciaba criou-se uma cultura na cena, isso antes mesmo da HARDCORE PRIDE estar na ativa, nós só firmamos ela. Acho que o diferencial daqui, além do compromisso com os eventos, é a respectividade do publico, apesar de não ser numeroso, é um público fiel e que sempre vai se reciclando, ou seja, entra alguns e sai outros, mais sempre tem os que estão ali dando suporte, apoiando a cena e principalmente agitando nos shows. Então o que rola é que toda banda que toca pela primeira vez aqui e ve a molecada se matando, a banda pira! Sem falar na estrutura de som e organização que já citei. É tudo questão de responsabilidade e compromisso com o hardcore.


Dentre os muitos shows que a Hardcore Pride organizou, tem algum que na sua opinião se destaca, tanto de maneira positiva como de maneira negativa?

Piracicaba já viu shows fodas demais. Porém os que levaram o nome mesmo da HARDCORE PRIDE foram: NO TURNING BACK (Holanda), NUEVA ETICA (Argentina) e CONFRONTO (Rio de Janeiro) com certeza. Porém estive envolvido diretamente na produção do 25 TA LIFE (NY/EUA), THROWDOWN (EUA) e TERROR (LOS ANGELES/EUA) & BORN FROM PAIN (Holanda), que foram fudidos! Lado negativo em termos de desentendimentos foram poucos. Eu considero negativo quando um evento não dá certo e rola prejuízo, o que já aconteceu diversas vezes. Porém sempre tentamos ver se erramos em alguma coisa e tentar fazer diferente no próximo show. Mas ainda assim, prefiro ficar com as lembraças positivas. PMA!

Antes da Hardcore Pride, você escrevia o Zine Kaos, você ainda pensa em voltar a escrever zines?

Eu sempre penso em voltar a escrever, to vendo muitos amigos meus voltando a ativa com zines, como você por exemplo, mas o complicado é tempo. Estudo e trabalho muito, fora organização de eventos, excursões, alimentar sites e por aí vai. Acho que  já colaboro muito para o hardcore então não me sinto "tão culpado" se eu não voltar a escrever, rs. Mas com certeza, um dia, quando estiver mais tranquilo, por que não?



Quais são os próximos planos para a Hardcore Pride?

Talvez a HARDCORE PRIDE esteja próxima do final dos seus principais capitulos (ou não). Eu estou indo morar nos EUA ano que vem e ainda estou pensando em como vou administrar as coisas. Tem um pessoal se movimentando por aqui e isso me deixa muito feliz. Piracicaba tem um forte nome, o pessoal não pode deixar se perder isso. Gostaria de a VERDURADA que vem rolando, todas as edições foram bem legais. Mais nada impede que a HARDCORE PRIDE continue lá fora, né? Ou então meus parceiros daqui assumam o legado. Sinceramente, ainda não sei como vai ser, preciso conversar com muita gente ainda. Por hora, vou fazer mais alguns eventos pra fechar o ciclo!

Cite algumas bandas da nossa cena atual que lhe agradam

Ao mesmo tempo que perdemos ótimas bandas, surgiram outras muito boas. Vou destacar as que apareceram ultimamente e que eu mais gosto: Clearview, Still Strong, Corleone, Final Round, Crossfire, Norte Cartel, Your Fall, Future Waves. Aqui do Interior o Again vem se destacando, e não posso de deixar de citar os locais do Integrità

Obrigado mais uma vez Feijão, este espaço fica livre para você deixar uma mensagem a que está lendo esta entrevista.

Buneco, sem palavras pela iniciativa, mais uma né? rs rs. Você é um dos cara que conheci ultimamente que mais vem divulgando o hardcore, pelo menos na internet, rs. Boa sorte com esse novo trampo e muito obrigado pelo espaço. Aproveito pra deixar um salve pra todo mundo  que corre comigo e que faz o hardcore acontecer nesse país. Pra fechar, o segredo do sucesso está resumido em algumas palavras: HUMILDADE, RESPEITO e COMPROMISSO, feito isso é só partir pro reconhecimento (leia-se abraço). É nois, STAY TRUE!

22 de outubro de 2010

MADBALL - SET IF OFF (1994)

Considero o Set It Off de 1994 o álbum em que finalmente o Madball tomou forma do jeito que tanto gostamos, ainda tem dois registros anteriores, o Balls Of Destruction de 1989 e o Droppin’ Many Suckers de 1992, mas é realmente neste full-lenght que as características que marcaram tanto a banda nos foram apresentadas. Fora que também foi o primeiro de três álbuns lançados pela RoadRunner Records, que com sua grande distribuição abriu portas ao Madball, o vídeo abaixo é um exemplo, no Dynamo Open Air na Holanda, um dos maiores festivais da época. Se alguém me perguntar o que é hardcore como estilo musical este é um dos álbuns que com certeza estaria na resposta! Seguindo o caminho que o Agnostic Front traçou com o One Voice o Madball desacelerou ainda mais o hardcore, colocando muito groove nos riffs de Matt Hendderson e do lendário Stigma nas guitarras e do “gente fina” do Hoya no baixo, na bateria quem manda as levadas mais cabulosas até então é Will Shepler. Já o vocal do Freddy é um capítulo a parte, demonstra grande amadurecimento dos dois primeiros registros pra esse, até normal, tendo em vista que começou ainda muito moleque no microfone. Enfim, é chover no molhado falar que esse é realmente um clássico do hardcore, se tiver alguém lendo este post que ainda não conhece eu vou achar MUITO estranho! Mas ainda há tempo!

19 de outubro de 2010

MASTERPIECE - NO REST

E a costa-oeste estadunidense sempre nos apresentando boas bandas de hardcore! Diretamente de San Diego (Califórnia) o Masterpiece neste seu primeiro e único full-lenght soa extremamente datado, com aquela sensação de pegar para escutar algo de 1990, o que aliado as influências destruidoras dos caras é um tremendo de um elogio! Se nomes como Judge, Floorpunch, Project X e Cro-Mags significam algo para você, confira o som dos californianos! Apesar da qualidade apresentada, No Rest é o último registro da banda e até então estava engavetado a procura de um selo para seu lançamento, mas neste período o Masterpiece acabou com sua trajetória de quatro anos, no entanto, o vocalista Chad Leddy o liberou para download para que possamos ouvir esse revival de tanta coisa boa dentro do hardcore.
Acesse: Myspace / Download

15 de outubro de 2010

BAD SEED - JUSTICE DESERVED 7"

Esse não sai do som do carro já faz alguns meses. Diretamente da Pennsylvania, mais uma cena muito produtiva nos EUA, o Bad Seed lançou apenas uma demo em 2008 e este 7” Justice Deserved ano passado pela 6131 Records, e fica aquela sensação de quem escutou pouco de uma banda tão boa! Mas a gente aperta o repeat e já era! Quatro faixas que transpiram aquele hardcore maloqueiro de New York dos anos 90, influência clara de Biohazard, Merauder (principalmente na demo de 1993), Leeway e Madball, especialmente no vocal. Para mim a única banda que faz um som semelhante atualmente é uma das preferidas da casa, o Trapped Under Ice, por isso recomendação melhor não tem! Aliás, é só escutar o quarto som desse 7” Watch It Burn, com todo o groove destruidor, que não tem como deixar passar batido o Bad Seed, já no aguardo de novos registros.
Acesse: Myspace / 6131 Records

13 de outubro de 2010

HANDS TIED - THROUGH THE WRECKAGE

Uma noticia que tive esse ano que realmente me deixou muito feliz foi a volta do Hands Tied, banda de New Jersey que se tornou um dos maiores clássicos do hardcore straight edge dos anos 90. Com um estilo que poderiamos chamar de revival old school, o Hands Tied, liderado pelo vocalista Tim McMahon (ex Mouthpiece), faz um som altamente influenciado por Youth of Today, Judge, Chain of Strenght, entre outros nomes consagrados do Youth Crew dos anos 80. Com apenas um álbum lançado, o Hands Tied acabou em meados de 1998 e de la para cá só rolaram algums shows de reunião, porem este ano, após escreverem dois sons novos (que de inicio eram para um projeto novo) resolveram voltar com o Hands Tied. Além de marcarem uma série de shows, lançaram o Through the Wreckage, um ep com esses sons. O que posso dizer desse EP é que eles realmente voltaram e com a mesma forma que estavam nos anos 90, portanto, se você gosta do primeiro álbum do Hands Tied, pode conferir esse novo EP poís não deixa nada a desejar.

Para maiores informações acesse : Facebook

6 de outubro de 2010

AGNOSTIC FRONT - LIVE AT CBGB (1989)

Seguindo o exemplo do meu amigo Pinguim, resolvi fazer esse post sobre esse clássico do hardcore nova-iorquino que a alguns bons anos atrás se torno um dos álbuns mais importantes da minha vida. Esse álbum foi lançado em 1986, época que o Agnostic Front contava com os seguintes membros: Roger Miret (Vocal), Vinnie Stigma (Guitarra), Steve Martin (Guitarra), Will Shepler (Bateria) e Craig Setari (Baixo), com essa formação nem seria necessário dizer mais nada. Esse álbum é composto somente com grandes clássicos, pois foi lançado na melhor fase dos caras (só ficando de fora os sons do One Voice), sons como Victim in Pain, Your Mistake, Strenght, The Eliminator, Fascist Attitudes, entre outros, são a prova do que eu estou dizendo. É impossível falar sobre hardcore hoje em dia sem dar ao Agnostic Front o seu devido valor. Sei que para muitos (como para mim também) o Agnostic Front vem decepcionando a cada dia que passa, porem, é uma tolice completa ignorar as obras primas que são os primeiros álbuns deles. A minha história com esse álbum é simples, eu conheci ele em uma época que só o Dead Kennedys havia conseguido me impressionar de verdade. Nesta época meus amigos me mostravam muito hardcore melódico do tipo bem safado mesmo, na linha de No Fun At All, etc, porem um amigo me emprestou o Riot Riot Upstart do Agnostic Front, pode ser que não seja um álbum impressionante, mas fez com que eu me interessasse, mas isso não foi nada, o choque aconteceu mesmo quando eu vi na MTV o clip de ANTHEM. Naquele momento eu falei para mim mesmo "é isso, hardcore é isso, é isso que eu quero". Hoje em dia não consigo passar muito tempo sem ouvir esse álbum ou os seus antecedentes. Se você só conhece o Agnostic Front do Another Voice pra frente, chegou a hora de rever conceitos.


5 de outubro de 2010

BUILD AND DESTROY - DEMO 2010

Diretamente de Detroit Michigan, começando suas atividades em abril desse ano, o Build and Destroy, banda liderada pelo Haroun guitarrista do RZL DZL, vem fazendo um som mais pesado e menos influenciado pelos Beastie Boys, quando comparado ao RZL DZL. Para definir o som do Build and Destroy pegando uma referencia entre as bandas dos últimos anos eu poderia citar o No Warning. Essa demo conta com 4 sons de peso que agradam facilmente fãs de danças violentas. Vendo as atualizações do Myspace dos caras da pra ver que é levado bem como projeto paralelo do RZL DZL mesmo, mas diferente do Detroit Birds (projeto paraleto do Will do RZL DZL) o Build and Destroy continua fazendo shows.

Acessem : Myspace

3 de outubro de 2010

OFF!

Pronto fãs de Black Flag e Circle Jerks, vocês não precisam mais torcer o nariz para tudo que aparece de novo no cenário punk/hardcore, pois o grande Keith Morris (primeiro frontman do Black Flag e posteriormente do Circle Jerks) resolveu ressuscitar o hardcore que era feito na Califórnia no final da década de 1970 e começo da década de 1980, criando a banda OFF! Mesmo ainda não tendo nada lançado, o OFF! já vem chamando a atenção desde o começo desse ano, com vários vídeos publicados e uma porção de apresentações pelos estados unidos ao lado de grandes nomes do cenário hardcore mundial.



É claro que para uma banda de Keith Morris, não podíamos esperar menos. A proposta do OFF! é lançar 4 Eps até o final do ano (com o primeiro agendado para o dia 12/10/2010) sendo que após o lançamento do ultimo (provavelmente em novembro ainda) será lançado um box com os 4 Eps lançados. Quem me conhece sabe que sou um grande fã deste estilo e estou esperando este lançamento com um grande entusiasmo, mas isso se deve não só ao talento de Keith Morris mas se deve a grande qualidade já apresentada nesses vídeos, sons curtos e diretos, sem firulas. Um excelente som para pegar o skate e voltar as ruas.



Para maiores informações acesse: Facebook do OFF!

2 de outubro de 2010

OLDE YORK - EMPIRE STATE

O nome já entrega a proposta da banda, Olde York tem a árdua tarefa de trazer de volta o som clássico do hardcore nova-iorquino de bandas como Warzone, Breakdown e Killing Time. Felizmente para nossos ouvidos eles conseguem cumprir a missão com louvor! Baixo estralando, guitarra suja e um vocal (ex Big Mistake) que se espelha no lendário RayBizz ditam o ritmo durante as 14 faixas do debut dos new yorker’s chamado Empire State. Hardcore cru, direto e sincero ao prestar homenagens às lendas do estilo, com participação do Eddie Leeway e um ótimo cover do hino Don´t Forget The Struggle,Don´t Forget the Streets do Warzone. Trabalho exemplar de uma banda com pouco menos de quatro anos de existência, merece ser conferido.
Acesse: Myspace

29 de setembro de 2010

Entrevista - Norte Cartel

O ano de 2010 esta sendo um excelente ano para o hardcore aqui no Brasil e para mim, o ponto de partida, onde tive certeza que o hardcore iria me surpreender no decorrer do ano, foi o cd Fiel à Tradição dos cariocas do Norte Cartel. Esse foi o primeiro cd que eu comprei esse ano e posso dizer que fiquei realmente impressionado com a fúria contida nesse álbum, são 13 músicas no bom estilo NYHC velho, com letras que tratam de questões como honra, convicção, traição, amizade, entre outros temas que são verdadeiras realidades para quem vive o hardcore cada dia, e melhor de tudo isso, cantado em português. Conversei com o Longo, baixista da banda, que nos concedeu essa entrevista, ainda quando o projeto era lançar o zine impresso BUST IT!.



Salve brothers, obrigado por concederem essa entrevista, para começar, falem um pouco sobre como surgiu o Norte Cartel.

O Norte Cartel fez seu primeiro show em 2006 com a proposta de resgatar o hardcore oldschool numa época em que a maioria das bandas de HC que surgiam ou enveredavam pro metal ou pro emo (não muito diferente de 2010...). Três integrantes da formação original já tocavam juntos no Solstício, uma banda de Cabo Frio, há vários anos. Depois eu (Longo), que na época tocava com o La Sombra, uma banda do Rio que mesclava NYHC com punk/hc nacional, assumi o baixo.

Qual é a origem e o significado do nome Norte Cartel?

Cartel significa carta de desafio. O significado é algo como uma provocação que direciona, que norteia. De preferência que norteie rumo aos velhos valores e ao velho jeito de se fazer e tocar hardcore, essa expressão cultural das ruas que, no que depender de nós, não vai se transformar em uma mera caricatura risível e passível de deboche como muitos parecem querer.

É notável uma influência de NYHC nas músicas do Nortel Cartel, tanto o NYHC de 80 como do começo de 90. Quais nomes vocês poderiam citar como principais influências?

Especificamente de NY, Breakdown, Warzone, Skarhead, Madball, SOIA e Agnostic são bandas que sempre ouvimos e com certeza acabaram nos influenciando muito. Mas fora de NY bandas como Barcode, Negative Approach, Everyday Madness e bastante punk/hardcore nacional também sempre estiveram presentes. Não dá pra levar a sério alguém que tenha uma banda de HC no Brasil e não curta Ratos de Porão e Olho Seco, por exemplo. rs.

Esse ano vocês lançaram o “Fiel à Tradição” que diga-se de passagem é um álbum extremamente forte e agressivo. Como foi e como está sendo a repercussão deste álbum aqui na America Latina e na Europa?

Nós ficamos um tempo parados logo após o lançamento do álbum em função de um acidente sofrido pelo Chehuan, nosso vocalista. Apesar disso, o retorno que estamos tendo, mesmo passando um tempo distante dos palcos, tem sido impressionante. Pessoas de outros países, em especial Argentina, Portugal e Alemanha nos escrevem para elogiar, pedir o álbum, dizer que gostariam de nos ver ao vivo em seus países. Ficamos realmente felizes em saber que um disco que foi pensado e produzido com tanto cuidado esteja tendo uma repercussão tão positiva entre a galera que curte hardcore não só aqui no Brasil como também lá fora.



Este álbum foi lançado em uma parceria entre dois dos melhores selos brasileiros, a Seven Eight Life e a Caustic, como surgiu essa proposta?

São ótimos selos, com um esquema de distribuição profissional e que nos dão a garantia de que o CD vai chegar até as pessoas que o desejam ouvir. Isso por si só já nos dá uma tranquilidade muito grande. A Caustic já era uma velha conhecida nossa em função do Daniel e o Dudu já terem tocado no Solstício, que foi lançado pelo selo. A 78 Life lança o Confronto, outra banda do Chehuan, e acabou abraçando a idéia também. Quando terminamos de gravar o álbum mostramos para os selos, eles curtiram e, felizmente, uniram forças para viabilizar o lançamento.

Em meados de Maio de 2009 vocês foram convidados para tocar em um festival chamado Skincore Fest, aceitaram, mas cancelaram depois de saberem mais sobre a banda alemã Endstufe que iria participar do festival e já havia participado de coletâneas neo-nazistas. Esta questão já foi muito bem esclarecida no myspace do Norte Cartel, mas como foi a repercussão do caso na época?

Foi um episódio extremamente desagradável. Mas tivemos o cuidado de conversar detalhadamente com cada uma das pessoas que nos pediu explicações, tanto pessoalmente quanto via internet, e deixar claro o nosso posicionamento de não participação no evento. É realmente chato você passar quase 15 anos defendendo determinados ideais através de uma conduta sempre correta pra, do dia pra noite, ver a sua banda ser acusada de neo-nazista. É uma coisa que magoa muito, mas que felizmente foi logo contornada não só graças a nós, mas a cada um dos amigos que conhecem nosso caráter e nos deram apoio neste momento difícil.

Nesses 4 anos desde o lançamento da demo, quais foram os momentos mais marcantes do Norte Cartel para vocês?

O show de lançamento do Fiel À Tradição aqui no Rio certamente foi um dos momentos mais marcantes. Foi, literalmente, a realização de um sonho que nos deu muito trabalho, muita dor de cabeça e exigiu superação em vários momentos críticos. Mas que acabou se tornando possível através do esforço pessoal de cada um de nós quatro. Foi, sem dúvida, o momento mais marcante do NC

Quais são as dificuldades que vocês enfrentam para manter o Norte Cartel e o que vocês acham que falta evoluir em nosso país com relação ao hardcore?

Principalmente a falta de valorização de que é vítima o nosso underground. Nós temos bandas que não deixam nada a dever às americanas ou européias em termos de qualidade. Mas a visão não só dos produtores de shows, mas por muitas vezes dos próprios músicos é ainda completamente amadora (tirando algumas exceções pontuais). Isso acaba se refletindo no público que, com a circulação de informação que ocorre atualmente, é cada vez mais exigente e muitas vezes se recusa a pagar um determinado valor por um show por não achar que o valha, o que acaba gerando um ciclo vicioso. Os produtores não pagam as bandas. As bandas não conseguem cobrir seus gastos e ou não tocam ou acabam ficando sem ter como investir em equipamento. Os shows acabam ficando piores, etc. Acho que pensar o hardcore profissionalmente, por mais complicado que possa soar, é o que mais falta evoluir na cena nacional. Mas, se comparada à de anos atrás, nossa cena evoluiu muito!



Falem um pouco sobre os outros projetos de vocês e como vocês fazem para conciliar o tempo entre esses projetos e o Norte Cartel.

O Chehuan canta no Confronto, banda de metal extremamente representativa e atuante em nossa cena. Eu toco baixo nas bandas Os Pazuzus (surf/punk instrumental) e Os Carburadores (surf/rockabilly), além da Mauk & Os Cadillacs Malditos (garage). Dá trabalho, mas sempre procuramos marcar todos os shows com bastante antecedência justamente para evitar os conflitos entre datas.

Quais são os próximos planos para o Norte Cartel?

Voltar a cair na estrada para fazer a divulgação do Fiel À Tradição com shows destruidores. E continuar a elaboração de músicas para um novo álbum. Apesar do último CD acabar de ter sido lançado, já temos muito material novo pronto na gaveta.

Citem algumas bandas que vocês gostam dentro da nossa cena atual.

Existem várias ótimas bandas. Mas Cervical (Macaé), Sangue X Ódio Hardcore (Ibiúna) e Sangue Inocente (Piracicaba) são bandas com as quais já dividimos os palcos algumas vezes e cujos shows sempre foram memoráveis. Outra banda brasileira sensacional na minha opinião é o Agrotóxico.

Que conselho vocês dariam para as bandas que estão começando agora?

Ter uma banda é uma atividade extremamente prazerosa e divertida mas que também exige muito comprometimento e dedicação. Muitas vezes acaba se tornando algo desanimador em função da falta de resultados práticos. Quem se deixa abater pula fora do barco. Quem persevera e se recusa a desistir acaba dando um jeito de conciliar família, trabalho e estudos com a correria e consegue sempre colher ótimos frutos. Não necessariamente frutos financeiros, mas recompensas muito maiores como fazer grandes amizades, conhecer novos lugares e pessoas loucas dos mais diferentes tipos, além de viver experiências que, certamente, no futuro serão muito queridas. O conselho pra quem está montando uma banda, portanto, é o seguinte: arrume pessoas que estejam na mesma sintonia que você e não desista NUNCA!

Boa sorte ai nos corres. Esse espaço fica aberto para vocês deixarem uma mensagem para quem está lendo essa entrevista.

Valeu pelo espaço, Diego! Parabéns pela iniciativa, que venham outras edições do BUST IT. Aos que se interessaram em ler a entrevista, nosso sincero obrigado! Caso se interessem mais pelo Norte Cartel e pelo nosso novo álbum Fiel À Tradição: http://myspace.com/nortecartel .
Paz a todos!






Para maiores infos: Myspace, Twitter, Seven Eight Life, Caustic