22 de agosto de 2011

This Is Hardcore Festival - Primeiro dia (11/08/2011)


Após um bom tempo sem postar por aqui, estou voltando para relatar algumas experiências que tenho tido com o hardcore aqui na terra do Tio Sam. Nada melhor como começar essa série de postagens falando da minha mais recente, e maluca, viagem à Philadelphia para o famoso This Is Hardcore Festival.


O festival rolou do dia 11 ao dia 14 de agosto. Combinei com alguns amigos daqui de Orlando e iríamos encarar a viagem de carro e segundo nosso amigo Google Maps isso iria nos render 18 horas de viagem NA QUAL teríamos que fazer o mínimo de paradas possíveis e muito rápidas. Explico o porquê. Um dia antes (10/08) rolou aqui em orlando a passagem do Downpresser (CA), Take Offense (CA), New Morality (Holanda, praticamente irmãos do No Turning Back), Cornered (Holanda) e a local No Qualms, ou seja, acabando o show (por volta das 22h) iríamos direto para Philadelphia pois o festival iria começar no dia seguinte já as 18:00. O que pra mim e para os outros 3 do carro (com exceção do meu amigo Tyler) não faria diferença pois só iríamos nos três últimos dias do festical (12, 13 e 14).
Links das bandas:
(Futramente faço uma resenha deste show)

Eis a grande, primeira, surpresa. Minha amiga Amber me comunica logo ao iniciar a viagem que também iríamos no primeiro dia do TIH (This Is Hardcore) pois a primeira banda do festival era o Go Rydell, de Orlando (eu nem sabia disso) e estávamos na lista deles. ÓTIMO! Sensação muito boa, afinal poderia ver algumas bandas que gosto muito como Underdog, Mindset, Bracewar, Reign Supreme, Foundation dentre outras.

Não vou entrar nos méritos da viagem pois foi uma loucura. E eu achando que era louco de fazer aquelas viagens pra Curitiba (Madball, Agnostic Front, H2O, Terror, Sick Of It All) que era "apenas" 8 horas e em uma van. Viajar 18 horas com 5 pessoas em um carro é um tanto quanto desconfortável. Com apenas 2 paradas de praticamente 15 minutos chegamos à Philadelphia no dia seguinte por volta das 15:30, o que foi um ótimo tempo, afinal nossa motorista era "bem rápida".

No primeiro dia nos hospedamos na casa de uma amiga da Amber, fomos para lá acomodar nossas coisas. Logo em seguida, fomos para "The First Unitarian Church", que seria o local, apenas do primeiro dia do festival. E é isso mesmo, é em um salão (que tem capacidade para umas mil pessoas) de uma igreja. Local não muito grande para o porte do evento, mas acredito que por se tratar de uma quinta-feira e um cast reduzido de bandas, o público seria menor mesmo.

Vamos ao que interessa, que é falar das impressões do festival. Vou ser sincero com vocês, nesses 4 dias eu vi mais de 50 bandas e confesso que não me lembro de todas e posso até confundir uma com outra, por isso vou até dar uma rápida checada nas páginas das bandas para eu tentar dar uma relembrada.

Chegando na igreja, como de costume, fui direto aos merchandise (apesar de estar com o dinheiro MUITO contado). Não tinha tanta coisa, comparada aos outros dias, mas pra nós do Brasil confesso que já dava para "brincar" legal com as poucas coisas que ali tinha. Afinal são coisas que não encontramos por aí.

Um ponto que gostaria de destacar é a PONTUALIDADE do evento. Com exceção do Madball que foi a última banda do último dia do festival, todas as bandas foram extremamente pontuais e muitas vezes estavam até adiantadas. Fato admirável!

Go Rydell - Como já falei, era uma das representantes da Flórida (Se não me falha a memória ainda tinha o Morning Again também da Flórida). A banda faz um som na linha punk/hardcore melódico, uma das poucas nessa linha em todo o festival. A banda é boa, mas não faz muito o meu estilo. Em alguns momentos me fez lembrar do Rancid (um pouco mais melódico) e H2O (com um vocal diferente). Público parado ainda, por ser primeira banda e em um estilo diferente eu acho.



Full Of Hell - Esses caras são malucos, caóticos, insanos e outros adjetivos mais que você queira usar. O som é algo na linha grind/sludge, sinceramente não sei definir muito bem. A música é barulhenta mas não tão rápida. Caótia acho que é a melhor definição, rs. Influências nítidas de Napalm Death, Disfear, Entombed, Disrupt e um pouco de Obituary. O vocalista com certeza é um espetáculo a parte. Destaque para o fim do set da banda que termina com o vocalista berrando o som sem o microfone.



Face Reality - Agora sim começou o bom, e proposto, hardcore old school. Banda Straight-Edge de Detroit rápida, agressiva e sem firulas. O público começa a se movimentar e os primeiros two steps, stage dives, circle pits e pointing finger começam a aparecer. Pra quem gosta de Youth Crew como Youth Of Today e Turning Point é uma boa opção.



Sacred Love - Primeira surpresa do TIH para mim. Gostei muito dessa banda. Faz um hardcore old school, rápido porém um pouco "mais" pesado. Imagine um Cro-Mags com um pouco (só um pouco) de algo mais recente puxado pra Terror e Trapped Under Ice.



Disengage - Primeira banda conhecida para mim no festival. Acho a banda interessante mas está longe de ser minha favorita. Conversando com meu truta Cleyton no facebook esses dias descobri que é, mais uma, banda paralela dos irmãos Ned Russin, Ben Russin e o Shane Moran, todos do Title Fight. Foi a primeira banda a fazer o circle pit ficar violento de verdade. O som, pra quem não conhece, é um Youth Crew na formula básica, ou seja, muito two step e sing along.



Reign Supreme - Liderada pelo conhecido Jay Pepito eis a primeira banda hardcore/mosh/beatdown. Literalmente PESADA esta banda, show fudido, mosh pit violento. Aliás esse é outro ponto que gostaria de destacar aqui. Tem "algo" (provavelmente cultural) que eu ainda não soube definir, vou tentar explicar. Com o que estou acostumado no Brasil (Piracicaba e São Paulo) o mosh pit é cada um na sua, quando se acerta provavelmente rola um pedido de desculpa ou preocupação, e "abrir" o mosh pit é algo feito com menos brutalidade. Aqui, inclusive na Flórida, acho que o pensamento (o que também deveria ser em qualquer lugar do mundo) é "tá no mosh pit, tá ligado do que rola", ou seja, não importa se é menina/mulher ou um mulequinho de 12 anos o pessoal vai descer o braço e se você está na "borda" disso tudo vai tomar também e muito! E nada de treta! Isso é engraçado, sério, no Brasil já teria rolado morte se fosse assim. Enfim, o show foi muito bom inclusive fecharam com "Empty Promises" do Hatebreed.



Mindset - Mindset é uma banda nova que parece ser antiga, é muito bem recebida aqui nos EUA. Show extramemente empolgante. Hardcore Straight-Edge de Baltimore na linha True Colors e Get The Most.



Bracewar - Uma das minhas favoritas da noite mas confesso que o show foi meio enjoativo. Não digo ruim e sim enjoativo. Talvez porque todo mundo já estivesse esperando a "surra" que estava por vir: Foundation e Underdog. Resumindo, fez um bom show mas tirando as músicas mais conhecidas o público não correspondeu muito.



Foundation - O Foundation é uma das melhores bandas da atualidade da cena hardcore norte americana. Confesso que não é uma banda que ouço muito em casa, apesar de gostar. Mas ao vivo é impressionante o show. Esse foi o terceiro show que pude ver dos caras e é sempre muito bom (Havia visto em Tampa duas semanas antes desse festival). O show é realmente muito brutal, o som dos caras conseguem dar uma energia impressionante pro ambiente. Apesar do vocal estar meio baixo no vídeo, vale a pena ver. Vale ressaltar também a participação do Greg vocalista do Mongoloids, que na minha opinião é um dos vocalistas mais entrosados (que melhor interage com o público, mesmo cantando) que o hardcore dos EUA tem no momento.


Underdog - Os dinossauros estavam ali! Para muitos o show mais esperado da noite. Literalmente a "velharada" (com todo respeito) veio para frente para poder vê-los de perto. Sério cheguei a ver gente de 50/60 anos fácil. Com direito a bandeira ao fundo iniciava-se a história sendo contada no presente. Realmente fiquei muito emocionado, era uma banda que eu não imaginava ver. Formado em 1985 liderado por Richie, o Underdog com certeza foi um experimento que deu certo. Mesclando diversas vertentes da música sem deixar o bom e velho hardcore de lado. Conseguem ainda hoje fazer a molecada e também o pessoal mais velho se mexer e cantar praticamente todos os sons no show! Confesso que a fase reggae eu não gosto muito e ao vivo foi meio cansativo (quase uma hora de show), levando em consideração que estava ali já faz um bom tempo.



Esse foi o primeiro dia do evento. Desculpa se fui muito breve, mas como falei, não dá para falar muito de cada banda se não o texto fica enorme. A idéia é essa, passar rapidamente o que senti nesses dias do festival. Depois disso bora dormir (NO CHÃO!) e ir pro segundo dia.


Vídeos do evento: http://hate5six.com/

Um comentário: