17 de setembro de 2012

Jungle Jamz I

A produção do hardcore nacional segue com qualidade alta e quantidade também! Sendo assim pretendo atualizar sempre o blog com os lançamentos das bandas daqui. Segue algumas que tão rolando sempre nos falantes aqui.

CLEARVIEW
Lançou o EP virtual CHOKE que contém duas pedradas que farão parte do split da banda com outra velha conhecida do hardcore nacional, o Paura. Hardcore rua mais dose brutal de thrash metal nos riffs!
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SENTENCED
Primeiro registro dessa banda que traz hardcore feito em São Paulo, mas com os ensinamentos da velha escola de Boston! Com direito a cover de SSD e muita agressividade no instrumental e nas letras.
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YOUR FALL
Banda de Curitiba que já tinha destruído em seu primeiro disco, com altas doses de Cro-Mags, volta com o EP THE START OF THE ENDING. Produção de alta qualidade, com o Your Fall cada vez mais agressivo.
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STILL X STRONG
Depois de sua primeira tour européia, o Still X Strong prova mais uma vez a força do hardcore vegan straight edge nacional! Destaque para o lançamento em vinil 7" do EP GIRL, via 78 Life.
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FINAL X ROUND
Já havia comentado anteriormente o lançamento de dois sons do Final X Round, mas agora os corintianos (mais um motivo pra gostar da banda) disponibilizaram pra streaming todos as faixas do EP NOW OR NEVER em sua página no Bandcamp, e logo mais vem vinilzinho na área!
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NOSSA VITÓRIA
STRIKES BACK representa o retorno da força straight edge de Volta Redonda (RJ, Nossa Vitória, após um hiato de um ano.
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É provável que muita coisa ficou de fora da listagem, mas como é o primeiro post com essa proposta foquei no que saiu durante essas semanas, daqui um tempo JUNGLE JAMZ II.

27 de junho de 2012

Boston Strangler - Primitive

Quem me conhece já está cansado de ouvir eu falar dessa banda. Digamos que eu considero o Boston Strangler a salvação do hardcore nos últimos tempos. Mas ai você me pergunta, "qual é a inovação dessa banda?", eu lhe respondo com total convicção, "nada". Sim é isso mesmo, o Boston Strangler não é nada mais, nada menos do que o bom e velho hardcore primitivo de boston, aos bons moldes do SSD, Last Rights, DYS, Negative FX, etc. E então, o que tem demais? simples, o Boston Strangler é uma aula de como tocar hardcore velha escola no ponto máximo da agressividade sem apelar para palhetadas ou algo do tipo. Primitive é o primeiro full desta banda que já havia lançando uma demo em k7 (outcast) em meados de 2010, que diga-se de passagem, apesar da da gravação não ser tão boa, é uma pedrada na orelha. São 11 porradas, uma atrás de outra, sem vinheta, sem pausa e sem frescura, com destaque para Overdose, First Offense e Gonna Make You Pay esta que tem a participação do vocal da banda Waste Management também de boston. É claro que eu não poderia deixar de citar que nas baquetas dessa banda surreal, temos Justin De Tore, um dos caras mais ativos da cena de boston, passando do Mental, até o The Rival Mob. Então não seja um vacilão, arrume um jeito de ouvir essa preciosidade do hardcore agressivo, ou melhor, primitivo!


Stranglah's Gonna Make You Pay!

25 de junho de 2012

CLEARVIEW

O Clearview já marcou seu nome no hardcore nacional desde 2002 no caminho do hardcore agressivo. Em 2011 lançaram uma das pedradas mais violentas do ano, o Pure Mayhem, que já foi tema de um post aqui no blog pelo Buneco (clique aqui). Logo que meu camarada Rick Pellario, que nas horas vagas é vocal do Clearview, fez o contato com o Guilty para a entrevista aqui no blog, já comentamos de fazer uma com o próprio. E depois de muita meditação e cuidado para evitar polêmicas e não cair no sensacionalismo de uma ou outra pergunta, tá aí o resultado.

Valeu mesmo mano por topar a entrevista no melhor DATENA style! Só pra começar sem chance de ofender os sensíveis, vamos pelo protocolo! O que levou ao início do Clearview em 2002?
Cara o Clearview começou como um projeto paralelo. Seria apenas mais um projeto musical pois na época eu tocava Bateria no Good Intentions e sempre tocávamos, a nossa agenda era bem repleta de shows, mas passado um tempo, as coisas começaram a caminhar de forma rápida e o que seria apenas um 'projeto' se tornou uma banda mesmo. Quando realmente percebi, eu já estava fora do Good Intentions e me dedicando 100% ao Clearview.

Logo na primeira demo o som já tinha a proposta de agressividade sem frescuras, pelo jeito isso não mudou muito depois de 10 anos...
O nosso primeiro K7 tinha a intenção de ser algo direto. Uma grande influencia foi o disco do GOOD RIDDANCE (Operation Phoenix). Nós queríamos misturar um pouco da agressividade do Good Riddance com a energia das bandas clássicas. Quando mudou o line up da primeira formação, automaticamente optamos em fazer um som bem agressivo mesmo, toda a agressividade encontrada no hardcore, crossover e thrashcore, porém feito por gente que gosta muito de violência sonora.



Depois de duas demos pesadíssimas rolou a participação na "Voices 2" da Liberation, isso realmente deu um gás pro Clearview?
Na verdade fomos convidado pelo Marcos Soares a participar da coletânea de comemoração de 10 anos do selo Liberation, o que para nós do CLEARVIEW foi uma honra pois a primeira edição desta coletânea foi um marco para quem viveu o hardcore entre os anos 90 / 00. O Marcos sempre apoiou a banda. Com certeza deu uma boa exposição dentro do cenário underground. Somos muito gratos ao Marcos por todas as coisas que ele já fez pelo Clearview.

Todo esse tempo de estrada, vários registros lançados, o nosso meio hardcore no Brasil, evoluiu um pouco?
Acredito que várias coisas dentro do nosso cenário evoluíram assim como outras coisas também pioraram. Hoje o acesso a informação é mais rápido. Antigamente você não tinha essa facilidade que temos hoje. Era muito difícil conseguir comprar material estrangeiro, conhecer bandas, locais para fazer shows. Claro que como as coisas estão mais fáceis hoje, logo apareceram os 'aproveitadores'. É muito importante ter cuidado com quem você lida ou esquematiza negócios.



Depois do "Love It Or Leave It" em 2009, ano passado vocês vieram com uma pedrada de alto nível que foi o "Pure Mayhem", mais uma vez trabalhando em conjunto com o Nick Jett (Terror, Piece By Piece), mas dessa vez o figura também produziu o álbum, como foi esse processo de composição e gravação?
Cara, o Nick já é considerado 50% Brasileiro! haha os outros 50% é aquele estilo dele Americano! Trabalhar com ele no estúdio foi uma das coisas mais enriquecedoras que o CLEARVIEW já vivenciou. Quando decidimos em gravar o "PURE MAYHEM" estávamos cogitando com qual produtor trabalharíamos. Fizemos um cronograma básico de datas/valores e chegamos a conclusão que a melhor opção seria termos um produtor que gostasse de musica como gostamos e tivesse 'know how' para colocar dentro do disco todas as nossas ideias. Fiz o convite ao Nick e o mesmo topou o projeto! A parte de Estúdio com ele foi surreal. Toda a pré e pós-produção ficaram acima das nossas expectativas. O cara conseguiu colocar todos os elementos que buscávamos dentro de apenas 11 faixas.

E pra promover o "Pure Mayhem" tá rolando uma tour ao lado do Final X Round, como surgiu a ideia de juntar esforços pra pegar pista?
Estamos na estrada promovendo o nosso disco e tocando o máximo possível! A ideia de ter uma banda conosco é o resultado de uma amizade de muitos anos. Eu conheço o "Buneco" e o "lil Buneco" já tem uns bons anos. Sempre apoiei as bandas que eles estavam envolvidos. São pessoas excelentes e nada como ter amigos compartilhando momentos legais conosco. Não deixem de conferir o "FINAL ROUND", que na minha humilde opinião é uma das revelações do hardcore "RUAS" brasileiro!

A participação do Clearview no estúdio da Trama foi animal, deu tempo de tocar e falar tudo o que tinham planejado?
O Estúdio Trama foi muito divertido. Muitos amigos enviando as perguntas mais absurdas do universo, porém foi um momento muito legal. Conseguimos expor nossas ideias e tocar o máximo de sons que o programa permitiu. Nós do Clearview detestamos essa imagem que toda banda de hardcore que toca um 'pouco mais pesado' precisa ter. Fazer cara de malvado não é conosco! Somos caras normais que gostam de festas, baladas e toda essas coisas loucas que os pais abominam! haha



E os planos futuros? To sabendo que o segundo semestre promete alguma coisa por aí.
Planos futuros, estamos arquitetando duas coisas cabulosas. Faremos a terceira edição do NEVER WALK ALONE e teremos além de varias presenças ilustres, as melhores potencias do hardcore underground nacional. Teremos material novo na rua também! Gravamos alguns sons e pretendemos coloca-los na rua até o fim do ano, isso dependerá dos envolvidos e do projeto que esta sendo discutido entre os selos.

Você sempre me indica bandas cabulosas, principalmente da Europa, fale sobre algumas ae pro pessoal ficar esperto e procurar, tanto gringa quanto nacional.
Eu adoro conhecer bandas estrangeiras, isso mostra que o hardcore não se resume apenas ao continente norte americano. Algumas bandas excelentes que tenho escutado: RELENTLESS (AUSTRALIA), RUDE AWAKENING (USA), GUILTY (SUÉCIA), CRITICAL POINT (PORTUGAL), FINAL ROUND (BRASIL), THE ONLY WAY (BRASIL), BUILD AND DESTROY (USA).

A Day To Remember, Your Demise ou Close Your Eyes?
Eu respeito todas as bandas citadas, mas infelizmente musicalmente não é algo que eu aprecio. Eu gosto mesmo é do hardcore das ruas. Essas bandas têm muitos elementos “modernos” para o meu gosto. Mas para quem gosta, apreciem! (haha)



Valeu mais uma vez! Agora o espaço pra mandar um recado pra quem acompanha o Day by Day.
Gostaria de agradecer pelo espaço cedido. As únicas coisa que eu posso falar aqui são: 1- Faça a sua parte, se você diz que apoia a "cena underground nacional' então faça coisas construtivas ao invés de ficar em casa falando merda atrás de um computador. O tempo é algo precioso então não fique desperdiçando seu tempo com futilidades. Tem muitas pessoas por ai precisando de você.
2- Obrigado a todas as pessoas que escrevem e entram em contato conosco do CLEARVIEW. Jamais poderemos retribuir toda atenção! Colem nos nossos shows, comprem nossos merchandise e apoiem o underground nacional!

Acesse:Facebook / Bandcamp / Trama Virtual

28 de maio de 2012

Black N Blue 2012 (NYC)



Mais um ano e lá estava eu em Nova Iorque, para novamente presenciar mais uma edição do Black N Blue e pedir minha namorada em casamento, pois é estou noivo! Pelo visto terei que ir todo ano, afinal o line up sempre apresenta algumas surpresas imperdíveis. Sem muita enrolação sobre o restante da viagem, vou direto ao show, que é o que interessa.

19 de Maio de 2012, cidade de Nova Iorque. Cheguei um pouco atrasado ao tradicional Webster Hall e já estava tocando a quarta banda. Infelizmente perdi a apresentação do King Nine, Born From Pain e First Blood. Ao entrar no pico do show, estava no palco os vizinhos de New Jersey, Suburban Scum. Pra quem não conhece a banda vale a pena dar uma conferida, os muleques estão fazendo seu nome na cena norte americana. Pra ser sincero não prestei muita atenção na apresentação do Suburban Scum, pois eu estava doido olhando os merchandise, sempre tem bastante coisa.

Em seguida e sem demora nas trocas de bandas, entram os maloqueiros (esses realmente merecem esse apelido) do Rotting Out. Pra mim eles são "filhos" inegáveis do Suicidal Tendencies, tanto em som quanto em presença no palco. O vocalista é um espetáculo a parte, realmente sabe como fazer a molecada se mexer no mosh/circle pit.

A banda seguinte, com o nome Minus 1 no telão ao fundo, apresentava o primeiro vocalista do Merauder (o próprio Minus), da demo de '93, com outros antigos membros da banda, os caras realmente conseguiram agradar todos os hardcore e metaleiros ali presente. Obviamente que o "Master Killer" foi  mais vibrante por parte do público.

Representado o Old School vindo de Boston, entra no palco o DYS, clássica banda straight edge dos anos 80. Apesar de eu estar ansioso pra ver os caras, percebi que não era uma banda muito requisitada pelo público, aliás isso foi o que mais me intrigou nesse Black N Blue e cheguei a conclusão de que a grande maioria do publico juvenil ali era pra ver, obviamente, o Rancid. Foi legal ver o show do DYS, que fez uma apresentação rápida tocando principalmente os sons do Wolfpack.

Hazen Street

Pra quem estava no Black N Blue pra ver o Rancid com certeza a próxima banda, Hazen Street, também agradaria, apesar de muita gente não conhecer. Pra quem não sabe Hazen Street é uma "brincadeira" melódica formada por, nada mais nada menos, Freddy Cricien (Madball) e Toby Morse (H2O) revezando nos vocais, Rusty Pistachio (H2O) e Brian Daniels (Madball) nas guitarras (eu não sei se eles tocaram somente esse show, pois na formação original do Hazen Street não são eles e sim David Kennedy que já tocou em bandas como Box Car Racer e Over My Dead Body), Hoya (Madball) no baixo e Mackie (Cro-Mags) na bateria. O show foi bem legal e agradou e muito pra quem conhecia. Todos dançando, pulando e cantando todos os sons, provavelmente tocaram todos do único CD que a banda tem. Impossível ouvir esses sons e não lembrar dos churrascos com meus parceiros da PFC no Brasil, saudades seus porra!

Sai Hazen Street, entra os dinossauros The Mob, que pelo visto os caras estão fazendo uns shows por "aqui" e outro "lá". Mesmo caso do DYS, pouca gente curtindo o show dos caras, mas valeu a aula de hardcore dos "velhos" (estão aparentando bastante).

James Vitalo (Backtrack) nos vocais do Outburst
Próxima banda: OUTBURST. Em letras garrafais pra mim que estava muito ancioso pra ver este show. Brian, vocalisa original da banda, não estava presente mas James Vitalo (Backtrack) deu uma "força" nos vocais e Mike Dijan (atual SAI NAM e já passou por bandas como Breakdown, Skarhead e Crown Of Thornz) na guitarra. Os caras fizeram um set list bem foda! "When Things Go Wrong", "No Choice", "Thin Ice" dentre outras foram tocadas. Claro que fecharam a apresentação com "The Hardway". Porém, venho por meio deste deixar minha visão sobre o show que infelizmente eu esperava mais, muito mais. Sem querer criticar James Vitalo, afinal gosto muito do Backtrack, mas o "menino" não aguentou nos vocais do Outburst. Explico: O vocal "meninão" de Vitalo, ao meu ver, não foi suficiente pra mostrar a fúria do Outburst, não passou o peso e maloqueragem que deveria. Como eu e meu amigo Pinguim comentamos, talvez se o próprio Lord Ezec (que gravou a versão de The Hardway no ultimo album de covers do Skarhead) soaria bem melhor. Mas, valeu a experiência.

Youth Of Today! Mais um vez tive a oportunidade de ver um dos reis do "Youth Crew from New York City". E calma lá, começar já com Break Down The Walls é uma brincadeira que não se faz, certo? Show do Youth Of Today parece uma marcha militar lotada de sing alongs, stage dives, headwalkings e pointing fingers, tudo o que um bom show de hardcore precisa.

Ray Cappo e Rat bones em "It's Your Choice" - Warzone

Vamos lá realizar outro "sonho". Sonho entre aspas, pois obviamente era Warzone sem o falecido Ray(mond) Barbieri, vulgo Raybeez, que morreu em 1997 e com isso se deu o fim da banda.  Com os membros originais do Warzone, Todd Schofield Youth e Jason Lehrhoff nas guitarras, Todd Hamilton no baixo, Vinnie “Value” na bateria e vários ilustres convidados para cantar as músicas em um tributo ao Raybeez que está marcado na história do hardcore. A cada som tocado, a cada participação, a vibração e emoção era gigantesca por todos. Todd Youth pede um minuto de silêncio em respeito a morte de Raybeez e em seguida, conforme a imagem abaixo, vem o set list com seu(s) respectivo(s) vocalista(s):

Setlist tributo ao Warzone

1) Intro Bust
2) It's Your Choice (Rat Bones e Ray Cappo - Youth Of Today / Better Than a Thousand / Shelter)
3) Fuck Your Attitude (Kevin One - Bulldoze)
4) Free At Last (Mark Scondotto - Shutdown)
5) Escape From Your Society (Puerto Rican Myke - Skarhead / District 9)
6) We're The Crew (Puerto Rican Myke - Skarhead / District 9)
7) Don't Forget The Struggle Don't Forget The Streets (Toby Morse - H2o / Hazen Street)
8) Wound Up (Freddy Cricien - Madball / Hazen Street)
9) Crazy But Not Insane (Tommy Rat - Rejuvenate / Warzone)
10) The Sound Of Revolution (Dean Miller - No Redeeming Social Value e Mike Dixon - No Redeeming Social)
11) Skinhead Youth (Stigma - Agnostic Front)
12) In The Mirror (Ernie Parada - Token Entry / Grey Area)
13) As One (Vinnie Value - Warzone)
14) Young Till I Die - 7 Seconds cover (Ernie Parada - Token Entry / Grey Area)

Tommy Rat em "Crazy But Not Insane"
Aguns fatos interessantes a serem citados:
- Enquanto os sons eram tocados eram passadas no telão, ao fundo do palco, imagens de Raybeez.
- Tinha um doido no meio do show no "visu" Raybeez, com luvinha e tudo.
- Falando na famosa luva de Raybeez, Dean Miller e Mike Dixon (ambos do No Redeeming Social) também usaram luva em "The Sound Of Revolution".
- Quando Stigma subiu ao palco falou algo do tipo "Eu fui o primeiro amigo de Raybeez, fui eu quem apertei suas mãos pela primeira vez". Se tudo isso é verdade, está aí o motivo pelo apelido The Godfather do NYHC.
- Ernie Parada vai pra bateria em "As One" e o Vinnie Value vem pros vocais.
- Tommy Rat que fez o vocal em "Crazy But No Insane", é o primeiro vocalista do Warzone, antes mesmo de Raybeez. Ele gravou a primeiro demo, onde Raybeez tocou bateria.


Após essa loucura foi a vez do Sheer Terror. Com um som mais pesado do que o hardcore tradicional, o vocalista Paul Bearer sabe como mostrar, ou ao menos encenar, estupidez e grosserias no palco. Nada assustador, pois é a proposta da banda: hardcore pesado, sujo e lotado de sarcasmo em seus discursos totalmente negativos. E realmente o clima no pit ficou mais pesado neste momento, era a vez dos gordões mostrarem seus peitos e força.

Rancid tem algumas musicas legais, mas a essa altura do campeonato eu já estava satisfeito e cansado, então não vi muita coisa deles, mas o pouco que vi fez a molecada agitar bastante e com certeza foi bem diferente de um show tradicional do Rancid, como em grandes festivais (com grade e segurança).

Não gosto de comparar shows mas eu gostei mais do Black N Blue do ano passado, digo no conjunto da coisa. Claro que esse ano esse tributo ao Warzone foi o que salvou a noite e outras bandas fizeram bons shows, mas no geral ficou abaixo da média do ano passado.

Fotos: Jammi Sloane York (http://www.facebook.com/jammiyork)

30 de abril de 2012

GUILTY

Seguindo a saga das bandas de hardcore que cresceram ouvindo metal, agora é a vez dos suecos do GUILTY! Depois de dois 7" animais desponta com uma das bandas mais promissoras do hardcore europeu, inclusive com lançamento pela Six Feet Under Records nos EUA. Metallica, Cro-Mags e Warzone se encontram no som dos caras, e pra você que gosta da proposta do Cruel Hand, escuta isso porque os suecos elevaram o nível! Um dos guitarristas da banda, Viktor, muito gente boa por sinal, topou responder algumas perguntas pro Day By Day, por intermédio de Mr.Rick Pellario (Clearview) que lançou o contato e falou a respeito da eZine pro gringo.


Muito obrigado Viktor, por topar conversar com a gente! Só pra começar, como vocês se juntaram para compor algumas pedradas?
Sem problemas mano, o prazer é meu! De verdade! Basicamente eu e o Anton (vocal) já conversávamos fazia um bom tempo sobre montar uma banda juntos. Quando minha antiga banda acabou e ele estava sem outro projeto decidimos levar adiante a ideia. Chamei o Linus (guitarra) que eu já conhecia de antes do Guilty e começamos a compor alguns riffs para as músicas e logo depois perguntamos ao Dennis (baterista) se ele estava afim de entrar em uma banda que soasse como o Cro-Mags pós-TAOQ e ele topou. Depois de todo esse processo o Martin chegou somente para nos ajudar no baixo, mas acabou ficando preso a banda.

Desde o primeiro 7", lançado pela Green Menace, dá pra perceber algumas influências animais, como Cro-Mags e Warzone misturados com uma abordagem mais metal, o objetivo realmente era esse?
É, você acertou mano! A gente gosta bastante de bandas de metal mesmo, acho que é isso que dá uma cara própria ao nosso som.


Falando sobre as seis cordas, quais suas principais influências como guitarrista?
Na verdade eu não tenho muitas influências a respeito de guitarristas. Se eu escuto um bom riff eu gosto, não importa quem esteja tocando. Eu perguntei ao Linus, que faz a maior parte dos solos, sobre alguns nomes importantes e ele citou o Ace Frehley e Jimmy Page.

No começo desse ano vocês lançaram um novo 7" pesadíssimo, com riffs cada vez mais insanos e agressivos. Como foi o processo de composição e gravação?
O processo de composição foi bem tranquilo, a gente só quis aumentar ao máximo o volume e elevar o nível de tudo. Mais solos, mais riffs, mais do vocal do Anton. Quisemos deixar mais a cara do GUILTY, não queremos parecer com uma série de outras bandas, o objetivo é fazer com que as pessoas saibam que é a gente tocando quando escutarem alguma música nossa.


Em uma entrevista aqui no blog, o Andreas do ANGERS CURSE comentou que o hardcore sueco está em um dos seus melhores momentos, você concorda?
Isso aí, a cena atual por aqui está muito boa! Nós tivemos uma espécie de um período fraco após os anos 90 com o Refused e as bandas de Umeå. Não digo que a cena sumiu após isso, definitivamente tinha alguma coisa rolando, mas isso está crescendo desde então e eu acho que também está se re-inventando. A quantidade de boas bandas por aqui é muito boa e, na maioria das vezes, tem um bom público nos shows. Mas ainda estamos na batalha com aqueles que só aparecem quando ficam muito animado com alguma banda grande pela cidade, mesmo que seja uma merda. Mas no geral... está melhorando!

Falando sobre o hardcore por aí, e daqui do Brasil e América do Sul, você conhece alguma coisa?
Nós sabemos que vocês também gostam bastante de metal, igual a gente! Conhecemos também todas as bandas dos Cavaleras e recentemente eu pirei no som do Clearview depois que um amigo me falou a respeito deles. Eu gostaria de dizer que conheço mais, especialmente por que o Brasil é um dos países que mais quero visitar! Já tenho um convite do Rick Clearview falando que eu deveria colar por aí e mano... Eu curtiria demais! Só deixar em guardar alguma grana!



Depois destes dois 7" animais, o que podemos esperar do GUILTY?
Hoje mesmo nós começamos a escrever novo material para um possível LP que lançaremos assim que estivermos com tudo pronto. A gente também tem procurado tocar bastante, o máximo possível, começando uma tour pela Europa no final do verão, então se você estiver perto de algum show nosso, é só chegar e trocar uma ideia!

Mais uma vez, obrigado Viktor! Fique a vontade pra mandar um salve pro pessoal que acompanha o blog.
Eu que deveria estar agradecendo você mano, vale mesmo por se interessar o bastante para fazer essa entrevista com a gente e também por ter se ligado no som! E uma mensagem... hrm... Prometam que assim que tocarmos no Brasil, vocês apareçam para conferir! Também deem uma olhada no http://guiltyhc.bandcamp.com se vocês não sabem quem somos. OBRIGADO!

ACESSE: Bandcamp / Myspace / Green Menace Records / Six Feet Under Records

25 de abril de 2012

MELTDOWN

Os posts anteriores do blog, com o hardcore thrasher do Violation e as bandas de Boston como Slapshot e SSD, deram a inspiração necessária pra escolha de escrever um pouco sobre esta banda, o Meltdown, que também tem uma pegada com muita influência de thrash metal e também é de Boston.



Formada em 2006, contando com caras já atuantes na cena, desde membros do Verse (provando que existe redenção na vida), até o criador de uma fanzine que rodou bastante pelos EUA, a Final Word. O Metaldown cita como grandes influências bandas como Cro-Mags, Merauder, Integrity, Metallica, Motorhead, Slayer e Anthrax. Enfim, com uma lista dessas, você deve pelo menos dar uma chance aos caras!



O EP 7'' DEMOLITION de 2007, lançando pela Closed Casket Activities Records é o cartão de visitas do Meltdown, com direito a uma intro cabulosa em Iron Chains e mais quatro faixas que sintetizam as influências que eles mesmos citaram, seguindo uma fórmula de intro animal, riff thrash, solo, refrão e breakdown pra dança violenta, tudo isso com letras bem escritas pelo vocal Paully Edge. Logo depois assinaram com a Deathwish Inc para um 7'' de 3 músicas que elevou ainda mais o nível do que eles já haviam apresentado e ficou a promessa para um LP no final de 2008... mas, pelo jeito vai ficar só na promessa, pois a banda aparentemente acabou.



Acesse: MySpace / Deathwish Inc.

23 de abril de 2012

VIOLATION

Parece que a geração de bandas da segunda metade da década de 2000 em diante reaprendeu a misturar hardcore e metal (principalmente thrash) sem abaixar a afinação, botar um vocal bem grave e inundar o som com breakdowns a cada 10 segundos, o motivo?

Bandas como Cruel Hand, Bitter End, Iron Age, War Hungry, Alpha & Omega, Take Offense sempre figurando no cast dos melhores festivais gringos e com bons registros na praça, sejam splits, EP’s ou LP’s. No entanto, uma das mais promissoras dessa leva “ficou pelo caminho”, como um número cada vez maior de boas bandas de curta duração, e terminou as atividades em uma fase excelente, o Violation.



Formada entre 2005/2006 na California por uma molecada de muito bom gosto quando o assunto é som agressivo. Logo em 2007 sai o EP 7’’ POSSESSED , lançado pelo próprio Sound And Fury com a banda estreando no festival do mesmo ano e repetindo a dose nas edições de 2008, 2009 e 2011. Apenas um ano depois, em setembro de 2008, veio o LP DEVOURED pela 1917 Records, com 22min de riffs absurdos unindo o melhor do thrash metal (Slayer, Kreator, Vio-Lence) com o hardcore do final dos anos 80 de NY. O vocal também se destaca e acho que a melhor comparação foi feita por um camarada que já indicou muita coisa aqui pro blog, o Cleyton, outro aficcionado no som do Violation, e lembrou logo do figura Tom Warrior do Celtic Frost, logo na época do To Mega Therion.



Infelizmente o Violation já havia dado sinais que encerraria as atividades em 2010, e decidiu fazer seu último show no festival que tanto abraçou a banda, no Sound and Fury 2011. Mas ficam esses dois registros de uma das melhores bandas da década passada.



Acesse: MySpace / 1917 Records

18 de abril de 2012

ANGERS CURSE

Logo que você percebe que o país de determinada banda é a Suécia já vem na ideia uma lista gigante de outras bandas conterrâneas animais, seja do meio hardcore ou metal. O caso do Angers Curse não é diferente! No ano passado os caras lançaram um LP cabuloso, o TIGHTEN THE SCREWS, que pesa no hardcore agressivo principalmente da escola do Right Brigade. Segue abaixo uma conversa com o baixista Andreas Skogmo a respeito deste LP e os planos futuros da banda.



Valeu mesmo Andreas pela entrevista, como foi o início do Angers Curse em 2007?
Angers Curse realmente começou quando o Tobbe(guitarra) e Magnus(vocal) desistiram de uma banda chamada Break Me, mas ainda queriam fazer algo juntos. Então chamaram o irmão do Tobbe, John(bateria), e seu amigo Joel. E o "resto é história"... hehehe.


Quais foram as principais influências que vocês colocaram no "Tighten The Screws"? Eu percebi uma pegada puxando pro Right Brigade e Carry On, é por aí mesmo?
Isso mesmo, nós sempre escutamos sobre essa pegada Right Brigade, mas eu acho que o LP tem bastante de Madball também e influências com mais groove. Mas é lógico que essas duas bandas são grandes influências pra gente.



Lendo um pouco a respeito da banda eu vi que vocês sofreram algumas mudanças de line-up antes da gravação do disco, como isso afetou todo o processo?
Eu (sendo um destes "novos" membros) diria que é sempre para o melhor. Através de tudo isso nós evoluímos tanto como pessoas quanto musicalmente e o que fizemos com o disco é algo que todos tiveram sua participação e gostaria de dizer que estamos muito orgulhosos disso.


Vocês são da Suécia, que é terra natal de uma quantidade enormes de bandas animais, seja no hardcore ou no metal. Cara, qual o segredo?
Haha eu acho que é a água! Ou talvez pelo motivo de não ter nada além disso para fazer durante os longos invernos, então a gente se esconde e faz música.



Você conhece algumas bandas da América do Sul, especialmente do Brasil? Ainda mais que vi uma foto dos camaradas do Clearview no seu facebook.
Conheço algumas bandas sim, Clearview mesmo são bons amigos nossos. Nueva Etica é outra banda da América do Sul que eu gosto bastante, mas para ser honesto eu não conheço muito a respeito da cena atual. Eu curti demais quando o Children Of Gaia e o Confronto vieram pra cá alguns anos atrás e nós fizemos alguns shows com eles. Sempre achei a cena sul-americana/brasileira muito apaixonada e sincera, parece que não mudou desde então.


O que nós podemos esperar do Angers Curse daqui pra frente? Algum plano para um disco novo?
Nós compomos dez músicas novas e estamos tentando agendar o estúdio pra esse verão ainda, para o nosso segundo LP. E no momento estamos tocando o máximo que podemos, espero que quando este segundo disco for lançado possamos tocar um pouco mais se comparada a tour do "Tighten The Screws".


Andreas, mais uma vez obrigado pela entrevista!
Obrigado você! Significa muito pra gente que alguém de tão longe demonstre interesse em nossa banda. E por favor, se liguem no hardcore sueco, pois está melhor do que nunca! Bandas como Anchor, Dead Reprise, Undergång, Stay Hungry, Elapse, estão fazendo muito barulho e as pessoas precisam ouvir!



Acesse: Facebook / MySpace / StereoKiller

E no site da LOJA CAUSTIC você pode encontrar o Tighten The Screws, altamente recomendado!

16 de abril de 2012

SLAPSHOT

Aproveitando o post do Buneco sobre o SSD, banda mais do que essencial pro hardcore e principalmente pra cena de Boston, e a emoção que o anúncio da tour do Slapshot gerou, mesmo naqueles que conhecem apenas os vídeos da Eastpak Resistance Tour no YouTube, fui oportunista e logo pensei em escrever um pouco a respeito dos haters de Boston.




O Slapshot já começou gerando muita expectativa na cena local, primeiro pelo fato de conter em sua formação caras que já tinham passado por bandas como Negative FX, Last Rights e DYS. E depois, pela época em que começou as atividades, em 1985 o SSD já tinha mostrado como era rock (How We Rock) e o Gang Green, depois do debut em 1986, também trilhava o caminho rocker assinando com a Roadrunner Records. Ou seja, desde o princípio o Slapshot veio pra manter o hardcore agressivo e simples, com toda a simpatia, sensibilidade e sutileza de um bull terrier espumando de raiva.



Steve Risteen, guitarrista das primeiras pedradas, já deu a letra em 1986 "Tudo o que queremos é trazer de volta os ideais dos primórdios de Boston". E o lado hater certamente vem da lenda Jack "Choke" Kelly, que na mesma entrevista entrega "Eu escrevo música sobre o que me deixa com raiva" e completa "o principal a respeito do Slapshot é que fazemos o que queremos e caso as pessoas não gostem... bom, elas não precisam gostar".



Uns dizem que a banda possui uma discografia inconstante, cheia de mudanças de line up que prejudicaram o andamento da banda, outros até podem reclamar do som repetitivo, sem variações de ritmo e seguindo a cartilha, misturando agressividade com sing-alongs. Até podem ter sua razão, mas caso procure hardcore sem grandes concessões a maneirismos e ao que o resto do mundo pense, escute Back On The Map, Step On It, 16 Valve Hate, Old Time Hardcore.

E sobre a tour sul-americana, já temos as informações sobre o show aqui no Brasil! 17/06/2012 (domingo) no Clube Outs da Rua Augusta em São Paulo, ao lado do Good Intentions, Still Strong e Final X Round (com o Buneco emocionado e muita espuma). Não perca a oportunidade de ouvir/ver o Choke soltando pérolas como "Hey Ray, why don't you get some self respect. Your religion has got you more fucked up than any drug can ever do!", na música 108. Aliás, essa treta deles com as bandas posi-youth de New York fica pra um próximo post, conteúdo não falta.



Question: Are Slapshot a Straight Edge Band?
Mark McKay: Of the worst kind.

11 de abril de 2012

SS DECONTROL - The Kids Have Had Their Say

Chega a ser até difícil falar desse álbum. Esse talvez seja o maior clássico da história do hardcore, trinta anos se passaram desde o seu lançamento e ele continua sendo a formula principal pra quase tudo que sem tem feito dentro do hardcore. O Social System Decontrol ou simplesmente SSD foi uma das bandas promissoras do hardcore straight edge no inicio da década de 80. Tem muita gente que diz que o youth crew era Minor Threat + SSD e ainda hoje trinta anos depois continuam saindo bandas e mais bandas na linha do SSD como é o caso da cena atual de boston com o Boston Strangler, Waste Management, entre outros. The Kids Have Had Their Say lançado em 1982, esse nome deveria arrepiar qualquer um que gosta nem que for um pouco de hardcore e deveria fazer qualquer straight edge transbordar em emoção. São 18 porradas na cara que já começão com Boiling Point um clássico incontestável. Se você nunca ouviu, ou acha dificil digerir esse álbum, tente ouvir com mais atenção agora, tenho certeza que você vai achar algo do SSD nas bandas que você ouve atualmente.


9 de abril de 2012

No Solution ! - Demo 2011

Sim, estamos voltando, o DBDHC costuma tirar férias mas sempre volta com força total. Dispensando o bla bla bla, vamos falar sobre uma das bandas que mais me impressionou ultimamente no quesito Youth Crew Hardcore. Confesso que conheço muito pouco do hardcore francês, recentemente eu postei a resenha sobre o Lasting Values e pouco tempo depois, graças a dica do meu brother Cesinha eu acabei conhecendo o No Solution! mais uma esperança pra quem acha que o youth crew morreu. Você gosta de YOUTH OF TODAY?, BOLD? TRUE COLORS? então com certeza você vai passar mal com essa demo do No Solution!, lançada em 2011, são 6 sons diretos ao ponto, rápidos, com melodias simples, coros youth crew e um vocal destruidor que lembra bastante o vocal do Packo do True Colors com o vocal do Filip do Loud And Clear. As letras são muito boas, falam desde maus tratos com animais, até o sentimento straight edge que continua forte. Essa demo vai fazer você dar stage dive no sofá e fazer point finger na frente do espelho!

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